Investigação feita na UAlg pode ajudar a desenvolver terapias contra o cancro

Resultados do estudo foram publicados na revista científica Cancers

Uma equipa de investigação do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) da Universidade do Algarve (UAlg), liderada pela investigadora Patrícia Madureira, fez uma descoberta que pode ajudar no desenvolvimento de novas terapias contra o cancro.

Os cientistas da universidade algarvia publicaram os resultados da sua investigação na revista Cancers. «O grupo de investigadores descobriu que a proteína anexina A2 (ANXA2) desempenha um papel importante na regulação de uma das principais vias de sinalização celular – a via PI3K/AKT – envolvida no desenvolvimento e promoção de diversos tipos de tumores», segundo a UAlg.

«Sabendo-se de antemão que a via PI3K/AKT se encontra hiperativa numa grande variedade de cancros, como, por exemplo, o cancro da mama, do pulmão, do cólon, o melanoma, e o glioblastoma (principal e mais mortífero tumor cerebral), esta investigação permite agora desvendar novos mecanismos moleculares e celulares que regulam as células cancerígenas», acrescentou a academia algarvia.

Com este trabalho, deu-se «um importante passo para a identificação de novos alvos terapêuticos e pode conduzir, no futuro, ao desenvolvimento de novas terapias contra o cancro».

Através desta investigação, que se foca nos mecanismos celulares e moleculares envolvidos no desenvolvimento do cancro, a equipa estudou a expressão, ou seja, os níveis de genes e proteínas em células cancerígenas, a sua proliferação e os níveis de espécies reativas de oxigénio que conduzem ao stress oxidativo que, em humanos, se encontra ligado ao desenvolvimento de diversas doenças.

«Os investigadores descobriram que a interação entre duas proteínas – a ANXA2 e a proteína PTEN – funciona como inibidor da via PI3K/AKT. A equipa demonstrou ainda que a proteína ANXA2 regula, de forma inversa, a proteína peroxiredoxina 2 (PRDX2) e permite, assim, evitar o stress oxidativo, que pode levar à morte celular ou provocar mutações a nível do ADN, causando a formação e desenvolvimento/progressão de tumores», explicou a Universidade do Algarve.

O trabalho, dado a conhecer ao público no início de Abril, foi escolhido como capa da revista científica Cancers, uma das principais publicações internacionais na área da investigação em cancro, com um fator de impacto de 5.326.

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