Universidades do Algarve e Huelva juntas para ganhar presença na Europa e no Mundo

Representantes das duas academias discutiram projetos conjuntos em reunião em Faro

Paulo Águas e Maria Antonia Peña

Pouco mais de 120 quilómetros separam as Universidades do Algarve e de Huelva, mas as duas academias querem ficar ainda mais próximas. Equipas reitorais e professores de ambas estiveram reunidos, esta segunda-feira, 11 de Março, no Campus de Gambelas, e discutiram possibilidades de colaboração para ganharem «mais presença na Europa e no Mundo».

Partilha de boas práticas, criação de sinergias na oferta de títulos académicos ou a promoção da mobilidade entre as duas academias foram alguns dos temas em cima da mesa.

Em declarações ao Sul Informação, Paulo Águas, reitor da Universidade do Algarve, disse que «este encontro já deveria ter acontecido há muitos anos. É um marco importante para a vida da Universidade do Algarve. Encurtámos, com este encontro, distâncias para a universidade que está mais próxima da nossa».

Sobre os projetos que podem sair desta aproximação, Paulo Águas realçou que «é um caminho que ainda estamos a fazer. Podemos e iremos ter mais mobilidade, maior relacionamento entre os nossos professores e investigadores. Foram ainda identificadas as áreas mais próximas e também mais promissoras e que vão ao encontro daquilo que sejam respostas aos desafios da sociedade. É por aí que iremos, em termos de investigação e mobilidade».

Paulo Águas destacou ainda que «somos as duas universidades mais a Sudoeste da Europa. Por isso, somos as que estão mais perto de África e também do outro lado do Atlântico. Penso que há a possibilidade de desenvolvermos projetos para que possamos ser mais atrativos e competitivos para o mercado sul americano».

Por seu lado, Maria Antonia Peña, reitora da Universidade de Huelva, destacou uma «jornada muito cordial, importante e intensa. Procurámos encontrar possibilidades para promover uma melhor colaboração em temas que hoje em dia são preocupantes para todas as universidades, não só de Portugal e Espanha, mas de toda a Europa. Vamos procurar criar sinergias na oferta de títulos, melhorar as políticas de internacionalização e procurar as boas experiências, na busca da qualidade».

Para a responsável da academia onubense, esta colaboração com a Universidade do Algarve faz todo o sentido, porque «temos duas vantagens fundamentais: uma é a proximidade. Partilhamos amistosamente este espaço de fronteira, que é um privilégio que nem todas as universidades têm. A segunda vantagem é que temos línguas diferentes, mas entendemo-nos sem esforço. Além disso, somos universidades muito semelhantes na estrutura, na dimensão, nos problemas e nas dificuldades que temos no plano financeiro. Isto ajuda bastante. Seria muito mais difícil para uma universidade pequena ou periférica como Huelva relacionar-se com os “monstros” universitários do mundo. Estamos a fazê-lo com uma universidade próxima, com a qual nos podemos entender, que terá as mesmas preocupações e oportunidades que nós».

O principal obstáculo para que as intenções passem à prática é o enquadramento legal. «Os enquadramentos legais não são idênticos para a Universidade do Algarve e a Universidade de Huelva. No entanto, com a vontade que vimos hoje, isso será ultrapassado e teremos mais presença da Universidade de Huelva na Universidade do Algarve e mais presença da Universidade do Algarve na Universidade de Huelva», garantiu Paulo Águas ao Sul Informação.

Depois deste primeiro encontro, em Faro, ficou «definida uma agenda e há um conjunto de áreas de cooperação e desenvolvimento que foram identificadas. Agora, está previsto um segundo encontro em Huelva, ainda este ano. Até lá, as equipas [compostas por responsáveis das duas academias], que começaram aqui o trabalho, vão estar em contacto e, seguramente, no final do ano, no quarto trimestre, nesse novo encontro em Huelva, irão surgir já resultados».

Os representantes das duas academias

Apesar desta colaboração mais abrangente estar no início, as Universidades do Algarve e de Huelva já caminham “de mãos dadas” num projeto comum e que foi essencial na aproximação das duas academias, segundo Paulo Águas.

As duas academias fazem parte da “Sustainability Horizon Alliance”, um consórcio que engloba também as universidades de Timisoara (Roménia), Tromso (Noruega) e Lahti (Finlândia), e que, segundo Alexandra Teodósio, vice-reitora da Universidade do Algarve, «tem como objetivo criar horizontes de sustentabilidade, sejam ambientais, sociais ou económicos, a desenvolver através de graus conjuntos. Queremos propor um grau europeu, completamente reconhecido entre as universidades do consórcio, para que se reduza barreiras, ao nível dos reconhecimentos de cada país».

Já aqui, «a Universidade de Huelva e do Algarve foram as primeiras a unir-se e a propor a aliança às outras», concluiu a responsável.

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