Quaresma é «tempo para adquirir renovado impulso missionário»

Bispo do Algarve espera que desta Quaresma e da próxima Páscoa possa resultar «uma Igreja diocesana mais fraterna e mais missionária»

D. Manuel Quintas, Bispo do Algarve, realça, na sua mensagem de Quaresma, que este é «um tempo privilegiado para adquirir um novo renovado impulso missionário», num ano dedicado pela Igreja portuguesa à missão. 

O Bispo destaca a importância do «testemunho dos santos e mártires da missão», de se investir na formação cristã, além de se dedicar «mais tempo para o encontro pessoal com Cristo vivo na Igreja, através da participação na Eucaristia, mesmo em dias feriais» e da «escuta da palavra de Deus e da oração pessoal, familiar e comunitária, sem esquecer a caridade missionária, concretizada na ajuda material a favor do imenso trabalho da evangelização e da formação cristã nas Igrejas mais necessitadas».

No contexto deste último aspeto, o prelado anuncia que a renúncia quaresmal deste ano dos cristãos algarvios destina-se a «atender um pedido chegado dos missionários dehonianos em Angola», presentes nas dioceses de Viana e Luena, para «apoiar obras ligadas à educação e ao âmbito social».

«Exorto-vos a que sejais generosos na contribuição para esta partilha fraterna, como expressão da nossa comunhão eclesial com estas duas Igrejas missionárias», acrescenta o Bispo.

D. Manuel Quintas refere que os cristãos são convidados a «assumir a missão de Cristo, de modo a levar o Evangelho a todos».

«O tempo da Quaresma vem, mais uma vez, recordar-nos o caminho de conversão que somos chamados a percorrer, em ordem à celebração do mistério central da nossa fé: a paixão, morte e ressurreição de Cristo! Um tempo privilegiado de escuta da palavra de Deus, que a Igreja diariamente nos oferece e de acolher as suas propostas assumidas como caminho de conversão», lê-se, ainda, na mensagem.

«Quando deixamos de iluminar a nossa vida com a luz pascal de Cristo e perdemos o horizonte da Ressurreição impõe-se a lógica do tudo e imediatamente, do possuir cada vez mais, conduzindo a uma situação de rutura da comunhão com Deus, com os outros e com a criação», prossegue, alertando que «a avidez, a ambição desmedida de bem-estar, o desinteresse pelo bem dos outros conduzem à exploração da criação (pessoas e ambiente), movidos pela ganância insaciável, que considera todo o desejo um direito e acabará por destruir até os que se deixam dominar por ela».

O Bispo do Algarve convida-nos a restabelecer a «fisionomia» e o «coração de cristãos, através do arrependimento», da «conversão» e do «perdão», para podermos «viver toda a riqueza da graça do mistério pascal».

D. Manuel Quintas recorda que «a procura do silêncio exterior e interior, a intensificação da oração, a prática do jejum solidário, a esmola e a partilha fraterna constituem referência habitual e critério para avaliar a eficácia do caminho de conversão quaresmal».

«Como nos propõe o Papa Francisco devemos jejuar, para aprender a modificar a nossa atitude com os outros e com as criaturas, ou seja, passar da tentação de satisfazer a nossa voracidade, à capacidade de sofrer por amor, e preencher o vazio do nosso coração; orar, para saber renunciar à idolatria e à autossuficiência do nosso eu, e nos declararmos necessitados do Senhor e da sua misericórdia; dar esmola, para sair da insensatez de viver e acumular tudo para nós mesmos, com a ilusão de assegurarmos um futuro que não nos pertence».

«Este caminho de conversão proporcionar-nos-á, igualmente, o encontro com a alegria do projeto que Deus colocou na criação e no nosso coração: o projeto de o amar a Ele, aos nossos irmãos e ao mundo inteiro, encontrando neste amor a verdadeira felicidade», explica.

D. Manuel Quintas, que esta noite preside, às 21h00, à celebração de Quarta-feira de Cinzas na Sé de Faro, espera que desta Quaresma e da próxima Páscoa possa resultar «uma Igreja diocesana mais fraterna e mais missionária».

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