Portos do Sines, Portimão e Faro fecham 2018 com subidas

Portos de Faro e Portimão, de reduzida dimensão, registaram uma variação positiva do número de escalas face a 2017

O Porto de Sines cresceu 2,5% em 2018 no segmento dos contentores, face a 2017, atingindo a sua quota máxima de 58,6%. Também o porto de Faro registou um desempenho positivo no volume de carga movimentada, enquanto no de Portimão se verificou uma variação positiva do número de escalas de 26,8%.

Segundo os dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, os portos do Continente registaram, em 2018 um volume total de carga de quase 93 milhões de toneladas, uma quebra de -3,5% face ao ano anterior, que reflete, em volume, -3,3 milhões de toneladas.

Este desempenho foi determinado pelas reduções de importação de Petróleo Bruto e de Carvão de, respetivamente, -1,63 e -1,25 milhões de toneladas, e da exportação de Produtos Petrolíferos (-1,38 milhões de toneladas).

No que diz respeito ao volume global de carga movimentada, apenas os portos de Aveiro e Faro registaram desempenhos positivos. Os restantes portos registaram um movimento globalmente inferior a 2017, com destaque para Sines (-2 milhões de toneladas), Lisboa (-913,4 mil toneladas) e Setúbal (-443 mil toneladas).

Tendo como perspetiva os diversos mercados, verifica-se que as variações negativas mais fortemente condicionadoras do desempenho do sistema portuário são registadas em Sines, no seu conjunto do Petróleo Bruto, Carvão e Produtos Petrolíferos, um valor correspondente a -50,8% do total de carga ‘perdida’ pelo conjunto de mercados.

Do lado positivo, destacam-se os mercados de Carga Contentorizada em Sines e Leixões, com +1,15 milhões de toneladas e +498 mil toneladas, respetivamente, Carga Fracionada em Aveiro, com +315,9 mil toneladas, e Outros Granéis Sólidos em Leixões, com +265,3 mil toneladas.

Porto de Faro

Apesar de, na sua globalidade, 2018 ter sofrido uma quebra face ao ano de 2017, importa referir que o mês de Dezembro, isoladamente, registou um acréscimo de +7,7%, devido aos desempenhos registados no Carvão, do Petróleo Bruto e da Carga Contentorizada com, respetivamente, +249,4 mil toneladas, +105,2 mil toneladas e +204,8 mil toneladas. Nas variações negativas destacaram-se os Produtos Petrolíferos, Outros Granéis Líquidos e Produtos Agrícolas.

No segmento dos Contentores, constata-se que o sistema portuário do Continente fechou o ano de 2018 com um desempenho positivo, fixando recordes em todas as dimensões de análise, com um volume de TEU a atingir uma marca de quase 3 milhões, fixando-se em 2,99 milhões.

Leixões e Sines atingiram as suas melhores marcas com 667,5 mil TEU e 1,75 milhões, respetivamente, superiores em cerca de 5% aos seus valores de 2017.

O desempenho destes dois portos beneficiou das perturbações laborais que marcaram Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz, que fecharam o ano registando quebras respetivas de -13,5%, -19,1% e -23,2%.

Ainda neste segmento, o porto de Sines mantém a liderança com uma quota (a mais elevada de sempre) de 58,6%, superior em +2,5 pontos percentuais ao anterior máximo, registado em 2017. Na posição seguinte encontra-se Leixões, com 22,3%, que reflete um aumento homólogo de +1 pp.

Nos portos comerciais, registou-se um total de 10 521 escalas de navios de diversas tipologias entre Janeiro e Dezembro de 2018, a que correspondeu um volume global de arqueação bruta (GT) de 205 milhões. Estes números correspondem a quebras homólogas de -3,7% em número de escalas e de -1,1% em arqueação bruta.

Salienta-se o facto de apenas Aveiro, que atinge a melhor marca pelo menos desde o ano 2000, e os portos de Faro e Portimão, de reduzida dimensão, terem registado uma variação positiva do número de escalas face a 2017, de respetivamente +5,8%, +129,4% e +26,8%, tendo sido acompanhada por variação também positiva em volume de GT.

Não obstante a redução verificada no número de escalas, os portos de Douro e Leixões e da Figueira da Foz registaram um aumento no volume da arqueação bruta, de +2,7% e +2,6%.

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes acrescenta que, após as variações ocorridas durante 2018, a quota mais elevada continua na posse de Douro e Leixões, com 24,4%, seguida de Lisboa, com 22,9%, Sines, com 20%, e Setúbal, com 14,4%, tendo curiosamente todos eles perdido peso face a 2017, tendo as perdas sido canalizadas para Aveiro, Faro e Portimão.

A quebra de 3,3 milhões de toneladas verificada no período de Janeiro a Dezembro de 2018 resulta de variações negativas quer na carga embarcada, quer na carga desembarcada, de -1,89 e -1,43 milhões de toneladas, correspondente a -4,8% e -2,5%, respetivamente.

O comportamento do fluxo de embarque, que inclui a carga de exportação, registou uma quebra global de -1,89 milhões de toneladas, protagonizadas, essencialmente, pelo mercado de Produtos Petrolíferos em Sines que regista -1,07 milhões de toneladas, representando 31% do total da carga embarcada ‘perdida’.

Em termos positivos, as operações de embarque registaram variações positivas na Carga Contentorizada em Sines, que regista +762,3 mt, correspondente a 48,8% dos acréscimos de carga embarcada, e em Leixões, seguidas dos Outros Granéis Sólidos na Figueira da Foz (+137 mt) e da Carga Fracionada em Aveiro (+126,5 mt).

No segmento das operações de desembarque, verificou-se uma repartição semelhante entre o número de mercados com comportamentos positivos e negativos, sendo respetivamente de 24 e de 26, registando variações mais expressivas o da Carga Contentorizada em Sines e Leixões, que movimenta +388,2 mt e +292,8 mt, respetivamente, seguidos de Outros Granéis Sólidos em Leixões e em Setúbal, Outros Granéis Líquidos em Sines e Carga Fracionada e Produtos Petrolíferos em Aveiro.

Dos mercados que registaram quebras no volume de carga desembarcada destacam-se o Carvão em Sines (-1,22 milhões de toneladas), Petróleo Bruto em Sines e Leixões (-948,8 mt e -683,8 mt, respetivamente) e a Carga Contentorizada em Lisboa (-220,3 mt).

Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado, no período em análise, de 78,3%, 69,6%, 52,9% e 100%, respetivamente, salientam os dados divulgados pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.

Acresce sublinhar que, no seu conjunto, estes portos detêm uma quota de carga embarcada que se situa na casa dos 13,6%, descendo para 9,3% se considerarmos o total da carga movimentada.

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