Lagoa revela primeira vencedora do Prémio Maria Barroso no Dia da Mulher

Noite fecha com concerto da algarvia Susana Travassos

Maria do Céu da Cunha Rego, jurista, com trabalho profissional e cívico no domínio da igualdade de homens e mulheres, das migrações internacionais e do apoio às comunidades portuguesas no estrangeiro, foi a personalidade escolhida, de forma unânime, pelo júri para receber o primeiro Prémio Maria Barroso, numa cerimónia que terá lugar em Lagoa, a 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.

A cerimónia de entrega da 1ª edição do Prémio Maria Barroso, marcada para as 21h00, no Auditório Carlos do Carmo, será presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Lagoa, acompanhado por elementos do executivo municipal e de outras entidades envolvidas.

Após a entrega do prémio, sobe ao palco a algarvia Susana Travassos. A cantora, que assume laços musicais e afetivos com o Brasil e com a América Latina, cantará, entre outras canções do seu próximo álbum de originais “Pássaro Palavra”, o tema “Não Doeu”, composto por Luísa Sobral, sendo um desafio a uma nova consciência sobre violência doméstica.

Este prémio bienal, anunciado a 8 de março de 2018 pelo presidente da Câmara Francisco Martins, foi instituído pelo Município de Lagoa em colaboração com o Grupo Vila Vita Parc, com uma dotação de 30 mil euros, e visa distinguir mulheres ou homens que, individualmente ou à frente de instituições, desenvolvam um trabalho relevante nas áreas da não discriminação, da igualdade de género e cidadania.

Para esta primeira edição, o júri escolheu por unanimidade Maria do Céu da Cunha Rêgo, reconhecendo, segundo a autarquia, o «relevante contributo no desempenho da sua atividade profissional e cívica no domínio da igualdade de género, com forte influência na introdução na agenda nacional e europeia das matérias associadas à conciliação trabalho/família e vida privada, destacando-se nas funções de secretária de Estado para a igualdade no XIV Governo Constitucional».

A galardoada foi ainda presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, vice-presidente da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, membro do conselho de administração do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, adjunta do Gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e membro do Comité Consultivo sobre a Igualdade entre Homens e Mulheres da Comissão Europeia, entre outras funções que desempenhou ao longo da sua vida, «mantendo até à data uma participação ativa ao nível da academia e da vida pública em geral».

O júri do Prémio Maria Barroso reuniu-se no passado dia 21 de Fevereiro, em Lagoa, tendo os trabalhos sido dirigidos por Francisco Martins, presidente, secretariado pela Conselheira Local pela Igualdade, Sandra Generoso.

Além da Câmara Municipal, compõem o júri Manuel Cabral, administrador do Grupo Vila Vita Parc, Isabel Barroso Soares, em representação da família de Maria Barroso, Anália Torres, professora catedrática de sociologia do ISCSP, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa e fundadora e coordenadora do CIEG, Centro Interdisciplinar de Estudos de Género, Clara de Jesus, consultora e perita em Igualdade de Género; Teresa Fragoso, presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Virgínia Ferreira, doutorada em sociologia, professora auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), investigadora permanente do CES, Centro de Estudos Sociais e membro fundadora da Associação Portuguesa de Estudos Sobre as Mulheres.

Em nota de imprensa, a Câmara de Lagoa salienta que, «hoje, mais do que nunca, discute-se o papel fundamental da mulher na sociedade e o respeito pela sua dignidade enquanto pessoa. A participação cívica em igualdade de circunstâncias e direitos por parte das mulheres é acompanhada pela existência de estereótipos que remetem às conceções do papel da mulher e do homem na sociedade. A relação da mulher e do homem com a vida privada é a espinha dorsal desses estereótipos».

«O notável progresso na promoção da consciencialização em relação à igualdade de género em termos públicos alimentou as propostas fundamentais para a definição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com a conceção da Agenda 2030, em que o objetivo 5 remete para orientações que visam alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e raparigas», acrescenta a autarquia.

É neste contexto que o Município de Lagoa propõe, para o dia 8 de Março, as comemorações do Dia Internacional da Mulher, «continuando um investimento já reconhecido e premiado nas áreas da igualdade de género e cidadania».

Em 2019, a Organização das Nações Unidas volta a apelar para que “o dia internacional da mulher seja uma oportunidade para todas as mulheres levantarem a voz e reclamarem os seus direitos”.

Por isso, conclui a Câmara de Lagoa, «homenageamos neste dia a grande mulher que foi Maria Barroso, mulher algarvia, portuguesa e europeia, que se distinguiu no seu tempo por uma intensa participação cívica, democrática e cultural, determinada na defesa dos valores que entendia que eram fundamentais».

 

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