Volta ao Algarve com mais corredores do top 100 chega a 150 milhões de lares

A Algarvia é uma prova de classe 2.HC, a mais elevada do circuito Europe Tour

Vai ser uma corrida «mais competitiva» que juntará 20 ciclistas do top 100 mundial, mais um do que no ano passado. A 45ª Volta ao Algarve em bicicleta vai estar na estrada de 20 a 24 de Fevereiro e, devido à transmissão televisiva da Eurosport e TVI24, chegará a 150 milhões de lares. 

A Algarvia, que foi apresentada esta quinta-feira, 7 de Fevereiro, é, cada vez mais, uma prova com um elevado impacto mediático a nível internacional.

Por isso não é de estranhar que João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), se tenha referido à Volta como sendo «um evento de enorme importância que projeta a região e a dá a conhecer, em época baixa».

Tal contribui para «potenciar a vontade de visita do destino por parte de turistas de todo o mundo», acrescentou ainda.

A 45ª Volta ao Algarve terá transmissão televisiva em direto nos cinco continentes, destacando-se a cobertura do canal Eurosport que mostrará as imagens do Algarve em 148 milhões de lares. Além deste acompanhamento mediático, as equipas e os corredores presentes na Algarvia somam 13,3 milhões de seguidores nas principais redes sociais.

Nesta edição da Volta ao Algarve vão participar 12 das 18 equipas WorldTour existentes, entre as quais as três melhores do ranking mundial de 2018: Deceuninck-Quick Step (Bélgica), Team Sky (Reino Unido) e Bora-hansgrohe (Alemanha).

A estas três juntam-se mais nove formações de primeira divisão: CCC Team (Polónia), Groupama-FDJ (França), Lotto Soudal (Bélgica), Team Dimension Data (África do Sul), Team Katusha Alpecin (Suíça), Team Jumbo-Visma (Holanda), Team Sunweb (Alemanha), Trek-Segafredo (Estados Unidos da América) e UAE Team Emirates (Emirados Árabes Unidos).

A 45ª Volta ao Algarve contará com quatro equipas de categoria continental profissional, o segundo escalão mundial do ciclismo. Entre essas destacam-se as duas primeiras do ranking Europe Tour por equipas em 2018, Wanty-Groupe Gobert (Bélgica) e Cofidis, Solutions Crédits (França), às quais se juntam a Caja Rural-Seguros RGA (Espanha) e a W52-FC Porto (Portugal).

O pelotão completa-se com as oito equipas continentais portuguesas: Aviludo-Louletano, Efapel, LA Alumínios-LA Sport, Miranda-Mortágua, Rádio Popular-Boavista, Sporting-Tavira, UD Oliveirense-InOutBuild e Vito-Feirense-PNB.

Desta vez não haverá, em princípio, um grande nome a disputar a Volta ao Algarve, como Michal Kwiatkowski, vencedor no ano passado, ou Geraint Thomas, que ganhou o Tour de França de 2018.

Ainda assim, está assegurada a presença de 20 corredores do top 100 (Fábio Aru e Enric Mas são exemplos), num leque invejável para qualquer prova de ciclismo.

É que, referiu Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, a concorrência de outras provas de arranque de época «é cada vez maior», dando os exemplos do Médio Oriente e da Colômbia.

Ainda assim, «a verdade é que a Volta ao Algarve tem-se defendido muito bem» e há «um gosto especial das grandes equipas em participarem na prova», considerou.

Os emblemas portugueses, como os algarvios Sporting-Tavira e o Louletano/Aviludo, também estão a apostar cada vez mais na Algarvia, «com a ambição de ganhar».

A prova será, por isso, «mais competitiva e mais aberta», com Delmino Pereira a ter uma certeza: «quem vencer a Volta ao Algarve vai vencer outras provas, ao longo da época, nos grandes palcos mundiais».

Quanto às etapas, o arranque acontece em Portimão, cidade que já não recebia a Volta ao Algarve desde 2012. Será dali que parte a primeira etapa, a mais longa da competição: 199,1 quilómetros até Lagos. Espera-se que seja uma chegada ao sprint, no mesmo local onde, nos dois últimos anos, venceram Fernando Gaviria e Dylan Groenwegen.

A segunda etapa começa em Almodôvar e termina no ponto mais alto do Algarve, a Fóia, no concelho de Monchique. A viagem terá 187,4 quilómetros e um acumulado de 3600 metros. A meta coincide com uma contagem de montanha de primeira categoria, onde, nos últimos anos, triunfaram Daniel Martin e Michal Kwiatkowski.

A chegada à Fóia será feita por uma vertente com 8 quilómetros de subida e uma inclinação média de 6,3%.

A terceira etapa será um contrarrelógio individual de 20,3 quilómetros, com início e final em Lagoa. A etapa vai disputar-se no mesmo percurso do ano passado, no qual se impôs o vencedor da Volta a França Geraint Thomas.

Os sprinters terão nova oportunidade ao quarto dia, aquando da ligação de 198,3 quilómetros, entre Albufeira e Tavira. À semelhança do que aconteceu nos últimos dois anos, quando se impuseram André Greipel e Dylan Groenewegen, são esperados milhares de espectadores para assistir à previsível disputa entre alguns dos melhores velocistas do pelotão mundial.

Como vem sendo tradição, a Volta ao Algarve termina no alto do Malhão, concelho de Loulé. A quinta e última etapa terá 173,5 quilómetros, partindo de Faro e chegando ao Malhão. A meta coincide com um prémio de montanha de segunda categoria, uma subida curta mas muito exigente – 2,5 quilómetros com inclinação média de 9,9% -, onde, nos últimos dois anos se impuseram Amaro Antunes e Michal Kwiatkowski.

Com este percurso, a Volta ao Algarve vai passar nos 16 municípios do Algarve. Para Jorge Botelho, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, este é, também por isso, um «mega evento de promoção da região».

«Devemos ter orgulho na prova e em apoiar este produto maior da época baixa que é o ciclismo. As Câmaras Municipais aperceberam-se de que este evento está cada vez mais completo», acrescentou.

Quanto a Custódio Moreno, diretor regional do Instituto Português do Desporto e Juventude, considerou que, durante os cinco dias de Volta ao Algarve (20 a 24 de Fevereiro), o «sol ainda vai brilhar mais» na região.

É que o Algarve «vai fervilhar e toda a região terá mais dinamismo, com o desporto a passar à porta da casa das pessoas», explicou.

O convite à prática desportiva generalizada tem dois momentos principais durante a prova. O Algarve Granfondo Cofidis é aquele que tem maior notoriedade, juntando cerca de 800 participantes, oriundos de mais de 10 países, no dia 24 de Fevereiro, em Loulé.

Este será um evento que também assume vocação social pois será plantada uma árvore na Serra de Monchique, por cada participante.

Outro momento alto será a Volta ao Algarve Feminina, no dia 23 de Fevereiro, em Albufeira. Este será um passeio de baixo grau de dificuldade, só para mulheres.

Já a integração social de pessoas portadoras de deficiência também terá lugar nesta Volta. No dia 24, momentos antes da partida, em Faro, quatro cegos farão uma demonstração de paraciclismo.

Este ano outra das novidades é a Volta ao Algarve Kids, um percurso de ciclismo para crianças, que vai funcionar em Portimão, nas horas que antecedem a partida da primeira etapa da Cidade Europeia do Desporto, e que também estará disponível no Mar Shopping, em Loulé, nos dias 16, 17, 23 e 24 de Fevereiro.

O centro comercial vai acolher ainda a exposição de fotografias “A Volta ao Algarve e o Território”, numa coleção de imagens do fotógrafo João Fonseca.

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