“Super” Lua marca o céu de Fevereiro

No dia 19, ocorre a segunda “super” lua cheia de três consecutivas

Neste mês, vamos voltar a ver Saturno no céu, agora visível antes do amanhecer. Logo no dia 2, a Lua num minguante quase em nova, nasce coladinha ao planeta Saturno, mais ou menos a Sudeste, às 6:15.

No dia 4, ocorre a lua nova. Já a crescer, no dia 10, a Lua passa a 6 graus do planeta Marte. Durante este mês, o planeta estará visível a Sudoeste logo ao anoitecer. Já no dia 12, o nosso satélite atinge o quarto crescente.

No dia 18, com Vénus a aproximar-se cada vez mais do Sol e com Saturno a afastar-se da nossa estrela, os dois planetas vão cruzar-se no céu, e irão passar a 1 grau de distância um do outro.

O céu virado a Este, às 20:00 do dia 19 de fevereiro de 2019. A “super” lua cheia está na constelação do Leão, logo abaixo da estrela Regulus (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)

No dia 19, ocorre a segunda “super” lua cheia de três consecutivas. Uma “super” lua cheia é uma lua cheia que ocorre quase em simultâneo com o perigeu (ponto de maior aproximação à Terra).

A “super” Lua está na constelação do Leão, que nasce logo ao anoitecer, a 4 graus de Regulus, a estrela mais brilhante desta constelação.

Em latim, Regulus significa “príncipe” ou “pequeno rei”. Já em árabe esta estrela é conhecida como Qalb al-Asad, que significa “o coração do Leão”.

Com uma magnitude aparente de 1,35, Regulus é a 21ª estrela mais brilhante do céu. Mas o que vemos no nosso céu como uma estrela é, na realidade, um sistema de quatro estrelas – dois binários que se orbitam mutuamente – a 79 anos-luz de distância.

A maior das 4 estrelas (da qual resulta a maioria do brilho desta “estrela” é uma estrela branco-azulada no nosso céu) é designada por Regulus A. Tem 3 vezes o diâmetro e 4 vezes a massa do Sol, e com uma temperatura de mais de 12 mil graus, é quase 200 vezes mais brilhante que a nossa estrela.

Mas esta estrela roda à velocidade brutal de quase 350 km/s (por comparação, o Sol roda a 2 Km/s)! Esta velocidade distorce a estrela, sendo esta consideravelmente mais achatada nos polos do que no equador. Isto provoca um efeito conhecido como escurecimento gravítico – os polos são 5 vezes mais brilhantes do que o equador.

Dia 26,a Lua atinge o quarto minguante e, dia 27, está 4 graus atrás do planeta Júpiter. No dia seguinte, o último deste mês (não se esqueçam que este só tem 28 dias) e depois de avançar pouco menos de um palmo no céu, a Lua “ultrapassou” Júpiter.

Estes dois formam agora uma linha reta com Saturno, que está a 17 graus da Lua, e com Vénus, que está a 10 graus de Saturno. Este alinhamento (aparente) de objetos do Sistema Solar está visível assim que Vénus nasce, por volta das 5:30 da manhã.

Boas observações.

 

O céu virado a Sudeste, às 06:00 do dia 28 de fevereiro de 2019. De baixo para cima e da esquerda para a direita, a reta passa por Vénus, Saturno, Lua e Júpiter. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)

 

Autor: Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

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