Luaty Beirão, Marisa Matias e outros convidados no arranque dos Encontros do DeVIR em Loulé

Esta 5ª edição dos Encontros do DeVIR terá como tema – de(a)nunciar

O ciclo antecomeço marca o arranque da 5ª edição dos Encontros do DeVIR, com o colóquio “Denunciar o presente, discutir o futuro”, que se realiza no Auditório do Solar da Música Nova, em Loulé, a 23 de Fevereiro, das 15h00 às 18h00.

Contará com a presença de Amaria Hakem (Argélia), Filipe Duarte Santos (Portugal), Luaty Beirão (Angola), Marisa Matias (Portugal), Suleiman Baraka (Palestina) e o anfitrião Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé.

Às 18h30, é inaugurada a exposição “De(a)nunciar AleixoHOJE”, 10 instalações de autoria de José Laginha, na Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo. Ambos os eventos são de entrada livre.

Segue-se às 21h30, no Cine-Teatro Louletano, o concerto de IKOQWE, projeto de Batida (Pedro Coquenão) com Ikonoclasta (Luaty Beirão). Os bilhetes custam 5 euros.

Esta 5ª edição dos Encontros do DeVIR «terá como tema – de(a)nunciar – uma palavra dúbia que, quando decomposta, pode ter diferentes significados e várias leituras, tal como algumas quadras de António Aleixo, poeta repentista desta região, que em 2019 completaria 120 anos. Recordá-lo através do que nos deixou, é refletir sobre a nossa identidade, um dos objetivos deste festival internacional», explica a organização.

Serão apresentadas 41 criações, 52 reflexões por pensadores, investigadores e criadores nacionais e internacionais de diferentes áreas (dança; astronomia; teatro; política; escrita; ilustração; geofísica; cinema; fotografia; artes plásticas; linguística; cartoon) de Samuel Lefeuvre a Erna Ómarsdóttir, do ativista Luaty Beirão ao chairman da UNESCO Suleiman Baraka, de Hillel Kolgan em We love arabs, à dupla Sofia Dias/Vítor Roriz, que respondem a uma encomenda de criação, passando por Hélia Correia, que produziu um texto inédito, e por muitos outros que dão uso à palavra de(a)nunciar.

 

Os convidados

Amaria Hakem – Linguista árabe (Argélia)
É um exemplo de emancipação numa sociedade conservadora, conseguindo impor o seu nome no meio académico, com um doutoramento em linguística árabe. Traz-nos o
testemunho do seu percurso pessoal e académico, que em muito influencia e inspira o destino de jovens estudantes na Argélia.

Filipe Duarte Santos – Presidente do CNADS (Portugal)
É presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, é uma voz avalizada nacional e internacionalmente nas áreas do ambiente e das alterações climáticas, questões incontornáveis no presente e decisivas no futuro do planeta.

Luaty Beirão – Ativista (Angola)
Conhecido pela sua luta em prol da liberdade de expressão, democracia e da luta anticorrupção em Angola, recordará o passado recente daquele país, através do seu testemunho pessoal, da sua contribuição para o presente do seu país.
Marisa Matias – Eurodeputada (Portugal)
Destacada eurodeputada, responsável por inúmeros dossiers que tratam de questões políticas e sociais, das relações entre ambiente e saúde pública, ciência e conhecimentos, democracia e cidadania, apresentará a visão de quem critica, discute, influencia e propõe alternativas ao presente que influenciará o futuro.

Suleiman Baraka – UNESCO Chairman Astronomy for Peace (Palestina)
O internacionalmente distinguido astrofísico palestiniano, chair-holder da UNESCO – Astronomia para a Paz, na Palestina, e ex-colaborador da NASA, falará do seu percurso pessoal e profissional, como fundador do Centro Palestiniano para Astronomia e Ciências Espaciais.

Vítor Aleixo – Presidente da Câmara Municipal de Loulé
Autarca e neto de António Aleixo, abordará a obra do poeta, à luz dos nossos dias e do que neles acontece, o que tem de corrosiva, contemporânea e universalista.

 

A DeVIR, associação de atividades culturais sem fins lucrativos, comemora em 2019 os seus 25 anos de atividade. Criada em 1994, a propósito do “a sul” Festival Internacional de Dança Contemporânea, e oficializada em 1996, nasceu da necessidade de desenvolver projetos de âmbito cultural que contribuíssem para colmatar a discreta e insuficiente atividade cultural do Algarve, particularmente na área das artes performativas.

Embora tenha tido como ponto de partida a área da dança, esta estrutura abraça toda uma série de áreas culturais e artísticas, inerentes à assunção da sua vertente contemporânea.

Tem, desde 1997, o reconhecimento e o apoio do Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes, através dos seus programas de apoio e conta com financiamento da Câmara Municipal de Faro e de um conjunto alargado de autarquias de toda a região para os projetos que desenvolve, contribuindo para a dinamização cultural da mesma no âmbito da divulgação, produção, difusão e formação nas áreas das artes do espetáculo.

O CAPa, Centro de Artes Performativas do Algarve (2001), uma estrutura transdisciplinar sediada no centro do Faro, cuja atividade nuclear é o Programa de Residências de Criação, que consiste no apoio a criadores independentes, nacionais e internacionais, através da cedência de espaços de trabalho e apoio técnico e logístico para o desenvolvimento das suas criações, preferencialmente propostas emergentes que apostem na experimentação e no cruzamento de linguagens.

Em paralelo, este Centro desenvolve um conjunto de atividades complementares ao Programa de Residências de Criação, direcionadas para a criação/formação de públicos: Temporadas de Programação de Espetáculos, ciclos de formação, programação em rede a nível regional e nacional e outros projetos dirigidos à comunidade, como é o caso do Festival “encontros do DeVIR” (1a edição 2012 – 5a edição 2019) e do projecto “encontros do DeVIR – júnior” (2014-15) .

«O CAPa é uma casa para muitos, onde se vive temporariamente de um modo artificial, em absoluta dedicação a cada criação que aqui se desenvolve».

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