Sistema de rega inteligente de Vale de Lobo é para replicar noutros locais de Loulé

Smart Irrigation System é inovador a nível mundial

Na Infralobo, a partir de agora, «quando chove, não se rega». O Smart Irrigation System (Sistema de Rega Inteligente) foi apresentado esta quarta-feira e vai ser implementado, gradualmente, nos espaços verdes públicos do resort de Vale de Lobo, até ao final do ano, evitando o uso desnecessário de água. No entanto, a ideia é que esta solução se alargue a outros pontos do concelho.

O Smart Irrigation System é «diferenciador quer a nível nacional, quer mundial», segundo Cláudio Martins, da Visualforma, empresa algarvia que participou no desenvolvimento da solução. O sistema interliga 300 estações de rega e milhares de eletroválvulas com tecnologia sem fios, através uma frequência rádio.

Com este sistema, «conseguimos prever quando vai chover, uma vez que temos uma estação meteorológica em Vale de Lobo. Assim, se for chover daqui a duas horas, já não vamos regar, vamos ficar à espera que chova e, se fizer falta, complementamos a rega. Ou, se choveu ontem e o piso tem água a mais, não vamos regar», explica Cláudio Martins.

Cláudio Martins

Além disso, «se tivermos uma fuga, conseguimos identificar [no Smart Room] e, se tivermos aspersor entupido, também. Conseguimos perceber que deviam ter passado xis metros cúbicos de água e não passaram», acrescenta.

Carlos Manso, presidente do conselho de administração da Infralobo explica que a empresa municipal gere «22 hectares de espaços verde públicos e, na atividade diária, tivemos a preocupação de reduzir a utilização de água potável na rega destes espaços».

A partir de agora, «na Infralobo, não se vai regar quando chove. Na análise que fizemos, percebemos que, em quase toda a parte do mundo, quando chove, são os canalizadores que desligam a rega, para que haja poupança de água, indo aos vários locais. Há um grau elevado de ineficiência logística associada à gestão do espaço. Agora, graças à tecnologia, vai ser possível, de forma instantânea, parar a rega».

Carlos Manso

Carlos Manso explica que, nesta primeira fase, o sistema será implementado «nas áreas onde a percentagem de água consumida é mais relevante. Depois desta apresentação, vai já começar a funcionar nesses locais, que representam 12% consumo de água no nosso território. Temos planeada, até final do ano, a plenitude da cobertura. No entanto, já nos próximos dois, três meses, implementando o sistema nas áreas mais relevantes, estimamos alcançar, facilmente, 65% do consumo de água para rega».

O exemplo dado pela Infralobo é bom e Vítor Aleixo, presidente da Câmara, quer replicá-lo no resto do território de Loulé. «É uma iniciativa para replicar. Estamos a falar do uso da água e o executivo municipal definiu, para si próprio, neste mandato, três eixos estratégicos: a eficiência hídrica, a eficiência energética e a habitação. O que temos aqui, enquadra-se na eficiência hídrica. Naturalmente, vai ser replicado noutros espaços do concelho».

Vítor Aleixo

Segundo o autarca, «obviamente que há territórios que estão mais bem preparados para receber estes sistemas, como é o caso da Quinta do Lago, e em alguns lugares de Vilamoura. Mas a ideia é, muito rapidamente, caminharmos nesse sentido, para que as boas práticas que existem nos resorts turísticos, relativamente a eficiência hídrica, ou energética, sejam replicadas em Loulé, Quarteira, Salir… onde for possível», concluiu.

A Infralobo destaca que além de uma poupança de «entre 20% a 40% nos custos da água», o Smart Irrigation System pode permitir uma redução entre 10% a 30% no custos energéticos, «uma vez que as bombas de água e o programador apenas trabalharão o necessário».

O Smart Irrigation System, que integra o projeto Smart Resort by Infralobo, representou um investimento de 60 mil euros, apoiado pelo Portugal 2020, com 80% a fundo perdido.

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