Recursos da GNR são «escassos» mas a criminalidade diminuiu no Algarve em 2018

GNR registou menos 171 crimes em 2018 do que no ano anterior

A criminalidade geral e a criminalidade violenta diminuíram, no Algarve, em 2018, de acordo com dados revelados esta terça-feira, 29 de Janeiro, na cerimónia do Dia da Unidade do Comando Territorial de Faro da GNR, que decorreu em Silves. No entanto, apesar dos bons resultados, o comandante distrital diz que os «recursos são escassos» e Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, concorda.

Segundo o comandante Joaquim Crasto, no que diz respeito à criminalidade geral, foram registados, em 2018, 13657 crimes, menos 171, do que em 2017. «Neste âmbito, merece destaque a diminuição dos crimes contra património, tendo sido registados menos 105 crimes deste tipo, que é  um dos que mais alarme social causa e mais afeta o sentimento de segurança das populações».

Também a criminalidade violenta diminuiu, tendo sido registados 449 crimes, sendo que, em 2017, o número ascendeu a 495.

Joaquim Crasto

No total, foram detidas 2153 pessoas na região, pela GNR. Destas, 966 foram presas pela condução sob efeito de álcool, 369 por condução sem carta, 96 por crimes contra agentes da autoridade, 47 por posse de armas proibidas e 295 por posse e tráfico de droga.

No que diz respeito à violência doméstica, foram registados 771 denúncias, menos 62 do que em 2017, e foram detidos 15 agressores.

Ainda de acordo com os dados revelados por Joaquim Crasto, foram registados 8191 acidentes de viação, dos quais resultaram 39 vítimas mortais, 175 feridos graves e 1172 feridos ligeiros.

Para evitar que os números da sinistralidade rodoviária fossem ainda mais altos, no ano passado, a GNR controlou a velocidade de quase 309 mil condutores e passou 6601 multas por infrações graves ou muito graves por excesso de velocidade. Já no que ao controlo de álcool diz respeito, foram feitos 91205 testes, dos quais 2943 apresentaram resultados superiores ao permitido por lei.

Num ano marcado pelo grande incêndio de Monchique, foram registados, pela GNR, no Algarve, 357 incêndios, tendo sido detidos dois autores de fogo posto e foram identificados 45 suspeitos.

Em jeito de curiosidade, Joaquim Crasto revelou ainda que, no Algarve, em 2018, foram feitos pelos militares da GNR 70723 patrulhamentos de carro, a pé, ou a cavalo, o que equivale a quase 4 milhões de quilómetros percorridos.

«Os valores não representam a totalidade do serviço produzido, mas representam o empenho e a dedicação dos militares deste comando», realçou o comandante do Comando Territorial de Faro da GNR, que comemora, em 2019, 10 anos.

Apesar dos resultados positivos, Joaquim Crasto realça que «as autarquias locais, em nome dos munícipes que representam, enfatizam a necessidade de mais efetivos. Reconhecendo que os recursos são escassos e que o seu aumento e distribuição estão dependentes do escalão superior da guarda, têm-se procurado soluções locais para resposta cabal às solicitações, anseios e necessidades das populações».

Segundo o responsável, ainda assim, o Comando «tem respondido de forma satisfatória em termos do acréscimo de segurança solicitado» e «as missões atribuídas, o cumprimento das mesmas e os resultados conseguidos têm sido superiores à soma das partes».

No seu discurso, o ministro Eduardo Cabrita assumiu que «são necessários mais meios» e é essa a razão «da colocação, no Algarve, de três centros de meios aéreos», a razão «da prioridade ao Algarve na interconexão com Espanha, na vigilância de costa e na relação entre GNR e a Guarda Civil Espanhola, daí também a prioridade ao início do programa de renovação de viaturas, que permitiu, no final do ano passado, que duas dezenas de viaturas chegassem à região, metade delas para estruturas de proteção e socorro».

«E, também por isso, a prioridade dada, no Verão, para que os 950 guardas, que foram formados nos centros de formação, tivessem, no Algarve, a prioridade para fazer o estágio», acrescentou Eduardo Cabrita.

O governante deixou ainda uma «palavra de reconhecimento e homenagem aos mais de 1100 mulheres e homens que, neste comando territorial, servem Portugal, na GNR» e lembrou, particularmente, a ação dos militares durante o incêndio de Monchique.

Eduardo Cabrita condecora militar da GNR

«Estive aqui, em Agosto, bem perto, no Enxerim, quando esta região foi afetada com o mais significativo incêndio do ano. Aqui, a Guarda cumpriu, exemplarmente, a prioridade estratégica definida na segurança relativamente a incêndios florestais que é a salvaguarda absoluta da vida das populações. Foi possível ordenadamente fazer evacuações e proteger populações. Queria homenagear esse trabalho».

Sobre os resultados apresentados, Eduardo Cabrita realçou que «os indicadores apontados mostram, também no Algarve, aquela que é uma tendência nacional, que é a diminuição da criminalidade violenta e grave, que é a que mais afeta a consciência de segurança das populações».

Para o ministro, estes resultados são «decisivos para a qualidade de vida dos portugueses e dos algarvios, mas também para a imagem desta região que é tão importante para o país. O turismo é uma atividade essencial no Algarve. Não há turismo sem uma imagem de segurança. Sabemos bem de vários lugares do mundo, onde não faltam atributos e qualidades, mas onde os turistas não vão, porque são associados a imagens de alta insegurança».

Eduardo Cabrita considera que, por tudo isto, «é tão importante que o Algarve tenha sido um exemplo, como a região em que todos os municípios são parceiros de um Contrato Local de Segurança».

«Porque esta dimensão de proximidade, de articulação de forças de segurança, forças vivas da região e autarquias, contribui para o sentimento de segurança coletiva», concluiu.

 

Fotos: Nuno Costa | Sul Informação

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