Fecho dos Correios de Carvoeiro «prejudica idosos e turistas», diz presidente da União de Freguesias

CTT propuseram «parceria» à União de Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, mas esta não aceitou condições

O anunciado fecho da estação dos Correios da Praia do Carvoeiro vai prejudicar sobretudo «os reformados e os turistas», denuncia Joaquim João Paulo, presidente da União de Freguesias de Lagoa e Carvoeiro.

Para o autarca socialista, «o grande problema é o levantamento das reformas, já que os muitos idosos que há em Carvoeiro vão ali levantar diretamente as suas reformas». É que, revela, o posto dos CTT da vila «paga 20 mil euros em vales postais das reformas por mês».

Afetados pelo anunciado encerramento serão também os «muitos turistas, que ali vão comprar selos para enviar postais» ou mesmo «os estrangeiros residentes, na sua maioria reformados também, que ainda usam o correio normal».

Em média, adiantou o autarca, o posto dos Correios de Carvoeiro atende 75 clientes por dia, para enviar encomendas, postais, cartas e tratar de outros assuntos.

«Há algum tempo, fomos contactados pelo diretor regional do Sul dos CTT, que dizia que nos queria propor uma parceria. Mas, analisada a proposta, o que os CTT queriam fazer era passar para nós as responsabilidade e manter a sua rentabilidade todos os meses, situação que, depois de ponderarmos, não aceitámos», acrescentou Joaquim Paulo, em declarações ao Sul Informação.

No posto dos Correios de Carvoeiro, os CTT têm, de encargos fixos, uma renda de 510 euros por mês, mais despesas com água e luz, bem como o encargo de «um empregado e meio por ano, em média, já que reforçam no Verão». Em compensação, exploram 300 apartados, que são pagos a 30 euros anuais, cada um, rendendo mais «9000 euros por ano».

O autarca revela que o que os responsáveis pela empresa propuseram à União de Freguesias foi que os CTT fariam obras de renovação nas instalações, mas depois pagariam apenas 600 euros por mês à autarquia, que teria de pagar do seu próprio bolso o funcionário para garantir o funcionamento.

«Comecei a ver que isto não era realmente uma parceria», acrescenta Joaquim Paulo.

«Tanto a União de Freguesias, como a Câmara de Lagoa não aceitam o fecho da estação de correios de Carvoeiro que, pelo seu movimento e características, tem que se manter aberta, para continuar a prestar o seu serviço público. O serviço que os CTT prestam à comunidade nunca será tão bom se for prestado por outra entidade, que não tem vocação, nem know-how», defende o autarca.

Tendo em conta esta posição comum das autarquias lagoenses, Joaquim Paulo considera muito útil a iniciativa conjunta das Câmaras Municipais de Lagos, Aljezur, Vila do Bispo e Lagoa, que avançaram com uma providência cautelar para travar o fecho das estações de correios de Aljezur, Praia da Luz, Sagres e Carvoeiro. Aliás, esclarece, foi com base na informação que a União de Freguesias passou ao Município de Lagoa que este se juntou à iniciativa judicial.

O presidente da União de Freguesias de Lagoa e Carvoeiro concorda com a posição assumida pelos quatro municípios, segundo os quais, com o encerramento daquelas estrutura, «estão também em causa incumprimentos vários ao contrato de concessão do Serviço Postal Universal».

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