Câmara quer ter crematório de Faro a funcionar até final do ano

Crematório ajuda a resolver falta de espaço nos cemitérios de Faro

É mais um desejo do que uma confirmação, mas Rogério Bacalhau quer ter o crematório de Faro a funcionar até ao final do ano. O imbróglio jurídico, que foi criado depois de o concurso, lançado em 2014, ter sido impugnado em tribunal, terminou em Novembro e a adjudicação da exploração do crematório de Faro foi a reunião de Câmara na passada segunda-feira, dia 21 de Janeiro.

O autarca de Faro, no âmbito da iniciativa Faro Positivo, que decorreu esta sexta-feira, disse esperar que «este projeto veja a luz do dia rapidamente», se possível, «até ao final do ano ou no princípio do próximo ano».

Rogério Bacalhau lembrou que, «quando chegámos em 2009, já havia projeto. Fez-se o concurso em 2010 e o contrato foi assinado em 2012. Depois de assinado o contrato, em 2013, a empresa pediu alterações, dizendo que o investimento era muito grande».

A atitude da empresa não agradou à Câmara e, em 2014, «fizemos um ultimato. Ou faziam a obra, ou íamos para tribunal. Acabámos por chegar a um acordo amigável para a rescisão, com a empresa a pagar-nos uma indemnização de 309 mil euros».

Mas a questão não ficou resolvida, uma vez que, no mesmo ano, depois de ter sido lançado um novo concurso de concessão que «teve candidatos, análise e intenção de adjudicação», houve uma impugnação em tribunal que, «só em Novembro, depois de decisões, contra-decisões e recursos teve a decisão definitiva», favorável à Servilusa que vai fazer a obra.

Agora é tempo de a empreitada avançar: «na passada segunda-feira, levámos a reunião de Câmara a adjudicação a um dos concorrentes. A adjudicação foi feita e, agora, a entidade tem de entregar documentos, para depois assinar o contrato para a concessão deste crematório. A seguir, tem de completar os projetos e fazer a obra».

Rogério Bacalhau espera que este processo «leve o mínimo tempo possível. No princípio do próximo ano, gostaria de ter o crematório a funcionar. Este será um equipamento que servirá Faro, o Algarve e, possivelmente, o Alentejo. Portanto espero que esta saga do crematório, que começou antes de 2009, termine agora».

O edifício que será adaptado para receber o crematório

O crematório, que será composto por receção, sanitários, sala de tanatopraxia, duas arrecadações, um vestíbulo, uma capela ecuménica e vestiários de pessoal, vai custar cerca de 500 mil euros mas, esclarece Rogério Bacalhau, «não há investimento da Câmara. A empresa que ganhou paga renda do espaço à autarquia e uma percentagem das cremações, depois explorará o crematório e abaterá esse investimento».

A Câmara de Faro vai receber 1700 euros por mês pela ocupação do terreno e 1% do valor de cada cremação. Os preços da cremação também já foram estipulados: os residentes pagam 258 euros (+IVA), os não residentes 309 euros (+IVA) e a cremação de ossadas vai custar 180 euros.

O crematório vai ser ainda «uma ajuda» para resolver a conhecida falta de espaço nos cemitérios de Faro, tema que o Sul Informação já abordou. O «Cemitério da Boa Esperança está saturado e precisa de descansar» e, no cemitério novo, há o problema da não decomposição dos corpos.

No entanto, realça Rogério Bacalhau, «acabámos, em Dezembro, uma obra em que construímos 176 gavetões e está neste momento em obra a construção de mais 336 gavetões», que devem estar concluídos dentro de três meses.

Segundo o autarca, estes investimentos «vão dar folga para que, durante um ano, pelo menos, tenhamos a situação controlada».

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