Associação Académica está «livre de dívidas»

AAUAlg chegou a ter 800 mil euros de dívidas

Foram longos anos até lá chegar, mas a Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUAlg) está finalmente «livre de dívidas». A reestruturação financeira, que começou em 2012, já terminou e a AAUAlg está agora numa «situação estável» que permite um «maior fôlego» ao novo mandato de Pedro Ornelas, para o qual tomou posse esta terça-feira, 8 de Janeiro. 

O líder da AAUAlg foi reempossado como presidente e não escondeu a alegria por, finalmente, as dívidas da Associação Académica, que chegaram a ser de 800 mil euros, estarem saldadas. Na sua opinião, só se conseguiu alcançar esse desígnio devido a «anos seguidos de correta gestão».

«Agora, queremos crescer com responsabilidade. Vamos apostar em financiamentos europeus e privados para estarmos sempre salvaguardados. Este é um mandato com maior fôlego, do ponto de vista financeiro, mas não queremos entrar em grandes filmes e extravagâncias», disse.

Para este segundo ano à frente dos destinos da AAUAlg, Pedro Ornelas, que foi candidato único nas eleições de Dezembro, quer continuar a apostar «na ação social», nomeadamente no programa de bolsas de estudo que já permitiu «apoiar alunos para que continuassem no ensino superior».

Pedro Ornelas a tomar posse

«Percebemos, cada vez mais, que há estudantes com dificuldades em continuar a estudar: as rendas são caras, a propina também e, por isso, a ação social vai-se destacar cada vez mais», revelou.

Outra das bandeiras de Pedro Ornelas para o novo mandato é a «reestruturação dos serviços», como os bares e os centros de cópias, para lhes dar um ambiente jovem, inclusivo e com preços acessíveis.

Fazendo um balanço do que foi o primeiro ano enquanto presidente da AAUAlg, o jovem estudante disse que «todos temos motivos para sorrir», falando, por exemplo, do «maior número de iniciativas de cariz social, do programa de bolsas de estudo e de um maior encaixe financeiro na Semana Académica».

Ainda assim, Ornelas fez questão de referir que «nem tudo é um mar de rosas» e aludiu a questões como «as portagens na A22 e o alojamento», entraves na vida dos alunos da Universidade do Algarve.

«Precisamos de investimento. Há, por exemplo, a necessidade inequívoca de fiscalização aos proprietários de alojamento estudantil que fogem ao fisco», disse, perante os muitos aplausos dos estudantes presentes na tomada de posse.

Na sua intervenção, Paulo Santos, vice-presidente da Câmara de Faro, falou, aliás, do alojamento como uma questão que o Município «encara com seriedade». A capital algarvia, garantiu, terá, no futuro, habitação a custos controlados, e irá também implementar o programa “Faro Acolhe”, cujo objetivo é colocar estudantes e idosos a partilhar a mesma casa.

Outro dos pontos abordados por Pedro Ornelas foi o curso de Medicina, no qual quer que a Universidade do Algarve se «afirme». É que «não basta mudar de nome para Centro Hospitalar e Universitário do Algarve: temos de ter vagas para os nossos estudantes», disse.

Quanto às propinas, o presidente da AAUAlg voltou a pugnar pela sua abolição, ideia que até foi defendida, esta segunda-feira, por Marcelo Rebelo de Sousa numa Convenção Nacional do Ensino Superior.

«Temos de eliminar essa taxa do vocabulário nacional. É um entrave ao ensino superior. A Constituição da República consagra um ensino democrático, de acesso igual, e tendencialmente gratuito, o que se não compagina com a existência de uma propina», considerou Pedro Ornelas.

Real Tuna Infantina tocou algumas músicas

Na sessão de tomada de posse, também esteve presente Saúl Neves de Jesus, vice-reitor da UAlg, que disse contar com o «fortalecimento da cooperação» entre a reitoria e a AAUAlg, em «benefício dos estudantes», durante o ano de 2019.

«Pretendemos que os estudantes tenham sucessos académicos, mas também é fundamental que desenvolvam competências transversais» que sejam «reconhecidas pelos empregadores», referiu.

Já Custódio Moreno, diretor regional do Instituto Português do Desporto e Juventude, considerou, no seu discurso, que a AAUAlg já é «uma referência no associativismo juvenil no país».

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

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