ARS quer cadeiras de dentista em todos os Centros de Saúde algarvios até final do ano

Administração Regional de Saúde do Algarve acredita que, até ao final do ano, a cobertura de consultas de dentista nos Centros de Saúde, «se não for total, será quase»

Ter uma cadeira de dentista em cada um dos Centros de Saúde algarvios até final de 2019. É este o objetivo da Administração Regional de Saúde do Algarve, que está a colaborar com as Câmaras Municipais da região no sentido de garantir consultas de dentista no setor público.

«Neste momento há cinco cadeiras de dentista em funcionamento no Algarve. As que foram instaladas mais recentemente são as duas que visitámos hoje, em Lagos e em Loulé, que entraram em funcionamento em Setembro de 2018. Ainda no primeiro trimestre de 2019 vamos abrir a de Vila Real de Santo António e queremos, até final do ano, ter pelo menos uma cadeira de dentista em todos os concelhos do Algarve», revelou Paulo Morgado, presidente da ARS algarvia, à margem de uma visita ao Centro de Saúde de Loulé.

Paulo Morgado foi um dos elementos da ARS que acompanhou a secretária de Estado da Saúde Raquel Duarte, numa visita que a governante fez hoje ao Algarve, para se inteirar do andamento da implantação do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral na região e ter uma reunião de trabalho com os profissionais das urgências do Hospital de Faro.

À margem da visita, o presidente da ARS do Algarve disse aos jornalistas estar confiante que, até final do ano, se conseguirá «uma cobertura que, se não for total, será quase» de cadeiras de dentistas, na região.

Para isso, conta com a ajuda das Câmaras algarvias. Em Lagos e Loulé, esta resposta ao nível da saúde oral foi instalada com o apoio financeiro das respetivas autarquias. E há mais municípios dispostos a abrir os cordões à bolsa, para facilitar a instalação desta valência.

«Em Silves o protocolo vai em breve a Reunião de Câmara e Aljezur também já fez saber que quer assinar o protocolo. Contamos com praticamente todas as autarquias algarvias neste projeto», disse Paulo Morgado.

«O que estamos a pedir às Câmaras é que nos deem apoio financeiro no sentido de adquirir algum do equipamento necessário. Não cobre a totalidade do investimento, como os consumíveis e profissionais, que são da responsabilidade da Administração Regional de Saúde. No fundo, pedimos que nos ajudem na fase inicial com um subsídio para a aquisição de material», acrescentou.

Já a secretária de Estado da Saúde considerou que «abrir cadeiras de dentista nos Centro de Saúde é muito importante. É assustador o número de pessoas que nós vemos nestas consultas que nunca foram ao dentista nem tiveram um cuidado em termos de saúde oral».

 

Apesar da criação de consultórios de medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde ter começado em 2016 e estar, desde então, em expansão, ainda há muita gente que não sabe que esta resposta existe.

O facto de uma franja muito significativa da população desconhecer que há consultas de dentista nos Centros de Saúde foi, de resto, salientado pela Ordem dos Médicos Dentistas, na sequência do mais recente Barómetro Nacional de Saúde Oral.

«Muitas pessoas não sabem e a comunicação social tem um papel fundamental. Havendo a cadeira nos centros de saúde, é mais fácil a população lembrar-se. Mas não nos podemos esquecer que vimos de anos em que a saúde oral não era uma preocupação», considerou Raquel Duarte.

«O que nós estamos a fazer é abrir as cadeiras e oferecer os cheques-dentista. Mas o que verificamos é que, apesar de tudo, a capacidade de resposta está longe de estar esgotada. Ao passar nestes consultórios vemos que há ainda uma grande capacidade de resposta que não está a utilizada», acrescentou.

Garantir que há clientes para se sentar nas cadeiras de dentista do SNS é um trabalho que passa, em grande medida, pelos Médicos de Família, que têm a responsabilidade de referenciar os seus utentes para este serviço.

«Se for detetado um problema de saúde oral, o Médico de Família referencia para o dentista do seu Centro de Saúde. Também há a possibilidade, caso se trate de algo de muito urgente, que o utente se possa dirigir diretamente ao consultório, que certamente não verá recusado o atendimento», explicou Paulo Morgado.

Se tudo correr conforme espera a ARS do Algarve, em breve esta prática poderá ser uma realidade em todos os Centros de Saúde do Algarve.

Fotos: Hugo Rodrigues|Sul Informação

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