Querença vai ter Percurso Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro

O Percurso Eco-Botânico nasce da candidatura conjunta ao Programa CRESC Algarve 2020 e vai custar 200 mil euros

O Percurso Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro vai nascer na aldeia de Querença, anunciou hoje a Câmara Municipal de Loulé, que aforma ser esta uma «clara aposta na valorização do património natural».

Esta iniciativa, que é também uma homenagem a este «ilustre louletano», surge no âmbito do protocolo celebrado esta manhã entre a Câmara Municipal de Loulé e a Fundação Manuel Viegas Guerreiro, e tem em vista a implantação de um percurso num espaço disponibilizado pela Fundação, tendo em conta o seu interesse científico e o seu carácter único no Algarve. É também esta entidade que ficará responsável pela execução do projeto.

Considerando que 2018 foi proclamado o Ano Europeu do Património Cultural, esta iniciativa representa, segundo os signatários do protocolo, «uma inovadora e importante forma de preservação do património natural, precisamente numa região portuguesa onde a diversidade e os endemismos atingem níveis notáveis, mas também de preservação do património cultural já que a relação entre as populações e a natureza se exprime também neste projeto».

Assim, prevê-se que este Percurso possa potenciar o futuro itinerário turístico-cultural da região e criar em Querença um novo espaço de conhecimento (junto de investigadores, escolas ou público em geral), debate e sensibilização ambiental.

O Percurso Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro nasce da candidatura conjunta da Autarquia e Fundação ao Programa CRESC Algarve 2020.

O valor global está orçado em mais de 200 mil euros, sendo que a Autarquia dará um cofinanciamento de cerca de 62 mil euros, correspondente a 30% do investimento total.

Para o presidente da Câmara Vítor Aleixo, «além da homenagem a uma das mais notáveis figuras do concelho de Loulé, com um percurso profissional marcado pelo ensino e também pelo conhecimento e defesa na área ambiental, é de realçar neste projeto a preocupação com a sustentabilidade, desenvolvimento e valorização de um território marcado pela desertificação mas com um potencial enorme».
Manuel Gomes Guerreiro nasceu em Querença (Loulé), a 20 de Janeiro de 1919.

Após terminar o ensino secundário no Liceu João de Deus, em Faro, ingressou no Instituto Superior de Agronomia, licenciando-se em Engenharia Florestal e, no prosseguimento da carreira universitária, doutorou-se em Ciências Florestais.

A genética, os estudos ambientais, a floresta e as ciências ecológicas mereceram um especial interesse por parte deste algarvio.

Foi diretor do Instituto de Investigação Científica de Moçambique e trabalhou na docência, durante nove anos, na Universidade de Luanda, participando, mais tarde na criação das Universidades de Évora, Nova de Lisboa e do Algarve.

Ficará para sempre ligado à UAlg já que foi o presidente da Comissão Instaladora desta universidade e o seu primeiro Reitor.

A nível político exerceu, após o 25 de Abril, as funções de Secretário de Estado do Ambiente.

Manuel Gomes Guerreiro, uma das mais destacadas figuras do Algarve do século XX, não só como cidadão e cientista, viria a falecer a 10 de Abril de 2000.

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