Melhores velejadores do mundo escolhem Vilamoura para preparar Jogos Olímpicos

Vilamoura já é, «de longe, a referência mundial da vela»

A «nata» da vela olímpica está reunida em Vilamoura, num total de 340 velejadores. Há quem tenha vindo de França, Espanha, Itália ou até dos Estados Unidos da América com o mesmo objetivo: preparar os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio.

Quem, por estes dias, for à Marina de Vilamoura ficará espantado com a quantidade de embarcações de vela que se vêem. O corrupio é grande: quando uns barcos saem da água, outros já se prepararam para entrar.

Criado em 2017, o centro de estágios Vilamoura Sailing foi o grande catalisador de tudo isto. «Podemos dizer que somos um sucesso. O ano passado já tinha sido bom, mas, este ano, mais do que triplicámos o número de atletas olímpicos. Passámos de 180 para 340. Já no que toca ao número de países presentes, tínhamos tido 17, no ano passado, agora temos 38», adianta Nuno Reis, diretor do Vilamoura Sailing.

Dylan Fletcher

Um dos atletas que escolheu o Algarve para treinar é Dylan Fletcher, britânico e atual campeão do mundo na classe 49er. «Estar em Vilamoura tem sido fantástico. Eu e a minha equipa já tínhamos cá vindo no ano passado e decidimos voltar. Trouxemos mais amigos até porque Vilamoura está a tornar-se muito popular», confessou ao Sul Informação. 

Uma das razões que leva tantos velejadores a escolher o Algarve para treinar são as condições de mar muito idênticas àquelas que vão encontrar nas Olimpíadas.

«Eu estive em Tóquio alguns dias e descobri que este era mesmo o melhor sítio para treinar porque há condições parecidas», explicou Dylan Fletcher que, nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, alcançou o 6º lugar.

Para as próximas Olimpíadas os objetivos são mais altos e o atleta não escondeu o desejo: «vou tentar ganhar a medalha de Ouro, claro», disse, entre risos, ao Sul Informação. 

E a verdade é que toda a concorrência aos intentos de Dylan Fletcher está também presente em Vilamoura. «Temos todas as sete classes olímpicos aqui representadas. Posso dizer, por exemplo, que todas as medalhas olímpicas dos últimos Jogos estão cá», revelou Nuno Reis aos jornalistas.

Esta é uma dinâmica que não se regista, atualmente, «em mais nenhum local do Mundo». «As condições estavam cá, só foi necessário agregar vontades, juntando a Câmara de Loulé, a Junta de Freguesia de Quarteira, a Região de Turismo do Algarve e a Marina de Vilamoura. Hoje já somos, de longe, a referência mundial da vela», considerou o diretor do Vilamoura Sailing.

Toda esta boa performance já se reflete em números: de Outubro a Março, meses em que o Vilamoura Sailing recebe os atletas, vão ser garantidas cerca de 63 mil dormidas, num impacto económico direto de 7,6 milhões de euros.

«Este não é um desporto barato. No início, os nossos mercados primordiais eram o Norte da Europa, mas houve uma dinâmica de todos os outros países europeus e a Marina, na pessoa da sua diretora Isolete Correia, tem sido incansável nas questões logísticas», explicou Nuno Reis.

Até 2021, o Vilamoura Sailing, que abriu recentemente um ginásio para os atletas poderem fazer trabalhos de recuperação após os treinos, já conseguiu ganhar o direito a organizar 10 provas de cariz mundial. Uma delas, o Portugal Grand Prix termina este domingo, 16 de Dezembro.

No futuro, a ideia do Vilamoura Sailing, além de manter esta dinâmica, também é «apostar no turismo acessível», com «saídas de mar, não competições, para pessoas com mobilidade reduzida», concluiu Nuno Reis.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

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