João Santos era um «homem de causas» e «figura incontornável» na proteção do ambiente do Algarve

Morte do ambientalista é «perda irreparável» para o concelho de Loulé e para a região do Algarve

A Associação Almargem, com sede em Loulé, da qual João Santos foi fundador e sócio número 1, considera que este antigo dirigente da associação ambientalista, falecido na passada segunda-feira, dia 24, era um «homem de causas».

Na sua nota de pesar, a Almargem recorda que João Santos era natural de Gouveia, na Guarda, biólogo de formação, estava radicado no Algarve desde 1979, onde residia desde então, em Loulé, onde exerceu a atividade de professor do ensino secundário.

Viria a ser fundador da Almargem, com outros, em 1988, «tendo integrado por várias vezes os corpos sociais desta Associação, algumas das quais como Presidente da Direção, e onde se assumiu como o rosto público desta, dando a cara por muitas das lutas que marcaram a sua atividade ao longo das três décadas da sua existência, que este ano comemora justamente, tornando-a na associação de defesa do ambiente há mais tempo em atividade no Algarve».

«Conhecido pelo seu pragmatismo, mas também pela sua inteligência e resiliência, associada a um humor sagaz, João Santos foi um notável e intransigente defensor do ambiente no Algarve, luta que abraçou sempre de forma abnegada, muitas vezes com sacrifício pessoal e familiar, e sempre com a coerência que lhe era característica, granjeando por isso o reconhecimento de muitos que com ele se cruzaram, mesmo perante a diferença de opinião», acrescenta a Almargem.

Por isso, «João Santos ficará para sempre ligado à história desta Associação, quer pela forma incansável como se bateu por um desenvolvimento mais sustentável para a região, mas também por via de muitos dos projetos que ajudou a criar, onde se destaca a Via Algarviana, os quais viriam a projetar a imagem da Associação a nível regional –  mas também nacional –  na defesa, divulgação e promoção do património ambiental e cultural da região». Era, por isso, uma figura «impossível de dissociar da Almargem».

«Compreensivelmente, nos últimos meses, e de forma discreta, a mesma como sempre viveu, João Santos acabaria por se afastar da Associação por motivos de saúde, para  enfrentar uma última batalha,  mas desta feita contra uma doença oncológica, a qual infelizmente, acabaria por o levar de vencida, tendo vindo a falecer na segunda-feira, 24 de Dezembro, na unidade de Faro do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA)».

A Associação Almargem, na sua nota de pesar, «lamenta profundamente a perda irreparável que constitui para o concelho de Loulé e para a região do Algarve o desaparecimento prematuro do Prof. João Santos, e para a própria, em cuja história ficará como um dos maiores da defesa do seu património ambiental e cultural, e cujo exemplo de qualidades humanas, científicas e pedagógicas permanecerão indeléveis na memória de todos os que com ele tiveram o privilégio e a honra de privar – como defensor do ambiente no Algarve, que conhecia como poucos; como colega de trabalho; como docente; ou ‘simplesmente’ como guia e companheiro nas caminhadas inesquecíveis, que durante décadas organizou e guiou um pouco por todo Algarve».

Por isso, a Almargem presta uma «derradeira homenagem ao Homem e ao Amigo Prof. João Santos, seu fundador e sócio n.º 1, cujo legado de vida esta continuará a perpetuar na sua acção em prol da defesa do património do Algarve, região que Ele tanto amava, endereçando desde já à família, em especial à sua esposa e aos seus filhos, as suas mais sinceras e sentidas condolências».

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