Empresários franco-portugueses querem criar parque de diversões no Algarve

Empresários de França também ficaram agradados com o «ecossistema muito interessante ligado às tecnologia» que encontraram na Universidade do Algarve

Carlos Vinhas Pereira – Foto: Hugo Rodrigues|Sul Informação

Criar um parque de diversões  no Algarve que possa funcionar todo o ano, que não tenha a água como principal atração e que permita contrariar a sazonalidade da região. Esta é uma ideia que está já a ser acalentada por empresários associados da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP).

Em 2018, a associação, que junta empreendedores franceses, muitos dos quais luso-descendentes, mas também portugueses, realizou a sua gala anual em Faro. A cerimónia decorreu no Hotel Eva, no centro da capital algarvia, e serviu para distribuir algumas distinções mas, sobretudo, para fortalecer as relações entre os sócios.

Neste campo, há duas dimensões. As relações pessoais – houve muitos momentos de animação, alguns protagonizados por empresários – e a comerciais.

É aqui que entra a ideia de criar um novo parque temático, no Algarve. Até porque, como ilustrou  Carlos Vinhas Pereira, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, «o que falta ao Algarve é alguma atividade económica durante o Inverno».

«Temos de ter capacidade de atrair as pessoas também na época baixa. Nós estamos a pensar num parque de diversão. É verdade que já há muitos no Algarve, mas são todos ligados à água. O que seria necessário era algo do género da Disney, com um tamanho proporcional ao do Algarve», considerou o responsável máximo pela CCIFP, à margem da gala que se realizou em Faro.

«Temos vários associados ligados a esta área e estamos a ver como poderemos trazer para cá este tipo de atividade. Ela estaria ligada ao comércio, a pensar nos visistantes que os parques atraírem», acrescentou.

Carlos Vinhas Pereira e os demais empresários que vieram de França, para estar alguns dias em Faro, tiveram, de resto, a oportunidade de conhecer a região. Um dos pontos de passagem foi a Universidade do Algarve, onde se deixaram sementes para colaborações futuras.

«Estivemos na Universidade do Algarve e encontrámos um ecossistema muito interessante ligado às tecnologias. Eu disponibilizei-me, em conversa com o reitor, a apresentar esta dinâmica do Algarve durante um fórum que vamos realizar em Junho, em Paris, no qual vão participar cerca de mil empresas, francesas e portuguesas», assegurou o presidente da CCIFP.

Para o dirigente desta Câmara de Comércio e Indústria, o Algarve tem diversas vantagens competitivas, «desde logo o facto de toda a gente falar inglês, o que não é o caso da França», mas também o clima e as praias. «Também em termos salariais, é mais interessante para uma empresa que esteja a arrancar».

«As empresas estão cada vez mais interessadas em Portugal. É verdade que tem havido um maior enfoque em Lisboa e no Porto, mas o Algarve tem de comunicar e divulgar a sua oferta nesta área», considerou Carlos Vinhas Pereira.

A escolha de Faro para a realização da gala anual da CCIFP esteve ligada à forte relação entre a Câmara de Comércio e Indústria e o município farense.

«Temos sócios aqui no Algarve e um protocolo assinado com a Câmara de Faro. A nossa relação com  o presidente da Câmara [Rogério Bacalhau] tem sido ótima, desde há muitos anos», explicou o presidente da CCIFP.

«Em 2014, fomos convidados para ir a Nice fazer uma apresentação do concelho e da região numa sessão dirigida a franceses. A ideia era divulgar o regime fiscal para não residentes», explicou Rogério Bacalhau.

«A partir daí criámos um relacionamento muito bom e profícuo com a CCIFP, com a qual temos um protocolo de trabalho», acrescentou.

E já há frutos desta relação estreita. «Alguns dos empresários que aqui estão hoje, estão a investir no Algarve e também em Faro», disse o presidente da Câmara de Faro.

Na gala que se realizou no Hotel EVA estiveram presentes empresários da região, alguns dos quais bem conhecidos, «que têm afinidades com os que vieram de França. Esta é uma forma de estreitarem relações e de encontrarem oportunidades de cooperação empresarial».

«Eu gosto de dizer que nós fomos os responsáveis por esta gala também se realizar em Portugal, porque até há pouco tempo era sempre realizada em Paris. Em 2014 passou a ser, também, realizada em Portugal, a cada dois anos – primeiro em Sintra, depois no Porto e, agora, em Faro», disse Rogério Bacalhau.

«Ao longo dos anos, temos tentado atrair investimento e mostrar as potencialidades que Faro e a região têm», concluiu.

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