Empresa algarvia está «na linha da frente» do combate à legionella

Arteste foi pioneira e, agora, vai lançar-se para outros voos

A empresa algarvia Arteste nasceu em 2009 e está «na linha da frente» na prevenção e controlo à bactéria legionella. Atualmente, trabalha com hotéis, hospitais, parques aquáticos e complexos desportivos, fazendo um trabalho de consultoria que envolve avaliação do risco, desenvolvimento de planos de prevenção e auditorias, culminando com a atribuição de um certificado “Legionella Safe Building”. 

Quando a empresa foi criada, o combate à legionella nem era a primeira ideia de Nuno Antão.

«A empresa foi criada para dar resposta à certificação energética de edifícios e, mais especificamente, à qualidade do ar interior. Era uma questão que estava na legislação e achámos que era uma boa ideia ter uma empresa dedicada isso», explicou o diretor geral da Arteste, em entrevista ao Sul Informação.

«Ao longo do tempo, surgiram algumas alterações e a empresa teve de se adaptar. Há cerca de quatro anos, optei também por abandonar outra sociedade que tinha e peguei na Arteste a 100%», acrescentou.

Nuno Antão

Nuno Antão até já tinha a ideia de trabalhar em termos de consultoria de legionella e efetivou-a a partir daí. «Porquê? Porque na altura pouco era feito. Em termos de pesquisa, os laboratórios trabalhavam bem, mas fazia-se muito pouco além disso. Surgiam problemas de forma recorrente e ninguém sabia muito bem como reagir», explicou.

O que a empresa começou a desenvolver, então, foi um sistema que «englobasse as melhores práticas, que identificasse espaços críticos e definisse medidas corretivas. Para nós, o fundamental era, claro, a prevenção e o controlo», acrescentou o diretor geral da Arteste.

E assim nasceu um projeto associado a uma marca: a “Legionella Safe Building” que «serve para distinguir edifícios com baixo risco de legionella», contou Nuno Antão.

É que esta bactéria, que «está presente na maior parte dos meios onde existe água subterrânea ou superficial, arranja condições ideais nas redes prediais para se propagar». E, «quanto maior for o abastecimento, maior é a probabilidade de desenvolvimento da legionella», acrescentou.

O trabalho da empresa é, então, o de «consultoria que envolve diversas fases: avaliação de risco, gestão do risco, com desenvolvimento de um plano de prevenção para a legionella, formação, análises para validação, auditorias periódicas, e culminamos isto tudo com um certificado, um diploma», salientou Nuno Antão.

«Neste momento, trabalhamos com uma grande diversidade de infraestruturas, como hotéis, hospitais, edifícios municipais, complexos desportivos, indústria, dois parques aquáticos e um lar de 3ª idade. O feedback tem sido muito positivo», reconheceu o diretor geral da Arteste, em entrevista ao Sul Informação.

E a prova de que o trabalho desta empresa é pioneiro é o facto de a Arteste já ter a sua marca registada um ano antes do surto de legionella no Hospital de Vila de Franca de Xira que matou 12 pessoas, em 2014.

«Obviamente sabia-se que havia muitas análises positivas, mas a verdade é que, depois de Vila Franca de Xira, houve um foco mediático que despertou algumas consciências», reconhece Nuno Antão.

«A legislação foi efetivada este ano, obriga à prevenção e, muito do que prevê, já nós tínhamos incorporado no nosso modelo: a avaliação do risco, por exemplo. Há outras marcas a trabalhar em consultoria, mas nós fomos pioneiros. Estamos na linha da frente», garante o diretor geral da Arteste.

A empresa tem, de momento, clientes distribuídos pelo Algarve, Lisboa e Madeira. «Penso que estamos na altura certa para fazer crescer a Arteste face às inúmeras solicitações que temos tido. Entre Agosto e Novembro, apresentámos mais de 50 propostas, por exemplo», disse Nuno Antão.

Mas, antes de pensar noutros voos, o diretor geral da empresa faz questão de agradecer ao apoio do CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da Universidade do Algarve, em cujo centro empresarial, situado no Campus de Gambelas, a Arteste tem sede e escritórios.

«Foi uma ajuda determinante para o nosso crescimento: o conhecimento que nos fez adquirir, a ligação a outras pessoas, o próprio registo de marca. Foi tudo muito importante e agora, pegando no nosso know-how, vamos tentar implementar a nossa marca à escala europeia», concluiu Nuno Antão.

 

Fotos: Pablo Sabater | Sul Informação

 

 

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