Câmara de Loulé lança Prémio Joaquim Romero Magalhães

Prémio terá valor de 4 mil euros

Foto: Biblioteca Sophia de Mello Breyner, publicada no Facebook

A Câmara de Loulé vai lançar o Prémio Professor Doutor Joaquim Romero Magalhães, cuja primeira edição acontecerá em 2019.

A ideia é «homenagear este ilustre louletano e, por outro lado, incentivar a investigação histórico-cultural sobre o concelho», explica a Câmara de Loulé.

Este prémio surge ligado à Revista Al’-’ulya, publicação de investigação científica interdisciplinar e de divulgação cultural, edição da autarquia, e da qual Joaquim Romero Magalhães tem sido um dos grandes impulsionadores e um dos mais prestigiados colaboradores.

«Assim, esta iniciativa pretende incrementar a investigação histórica concelhia e distinguir os jovens investigadores que, no futuro e neste contexto, apresentem trabalhos merecedores de destaque sobre o valioso património de Loulé».

Em breve será lançado o regulamento específico para as candidaturas, sabendo-se que o valor do prémio é de 4 mil euros.

A cerimónia de atribuição deste galardão bianual acontecerá no âmbito das comemorações do aniversário da Revista Al’-’ulya, no mês de Novembro.

Natural de Loulé, onde nasceu em 1942, Joaquim Antero Romero Magalhães fez a Escola Normal e o Liceu em Faro, licenciando-se em História na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 1967. Obteve o grau de Doutor, em 1984, na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e integrou o corpo docente dessa faculdade: foi nomeado, em 1994, professor catedrático e, em 2012, professor jubilado.

Durante o seu percurso de docente universitário foi professor convidado da École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris (1989 e 1999), da Universidade de São Paulo, Brasil (1991 e 1997), e da Yale University (2003).
Joaquim Romero Magalhães colaborou com a Universidade do Algarve desde os seus primórdios, estendendo posteriormente a sua colaboração a algumas edições do mestrado em História do Algarve, assegurando blocos temáticos da componente escolar desse grau.

Coordenou o volume «Alvorecer da Modernidade», volume III da História de Portugal dirigida por José Mattoso (1993). Publicou recentemente «Vem aí a República! 1906-1910». A sua bibliografia inclui inúmeros trabalhos sobre o Algarve económico, centrando-se especificamente nos séculos XVI, XVII e XVIII.

Entre outros cargos, foi deputado à Assembleia Constituinte da República Portuguesa (1975-1976), secretário de Estado da Orientação Pedagógica dos governos presididos por Mário Soares (1976-1978), presidente do Conselho Diretivo da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (1985-1989 e 1991-1993) e comissário-geral da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1999-2002).

A Revista Al’-’ulya foi fundada em 1992, «concebida para um segmento de público especializado, e tem também a particularidade de atrair leitores com o interesse comum pelo estudo e conhecimento das Ciências Sociais, das Humanidades e do Património Histórico-Cultural».

Nas últimas duas décadas, a Al’-’ulya permitiu o registo e a difusão sistemática e rigorosa das pesquisas no âmbito da arqueologia, da história local, do património arquitetónico, etnográfico e cultural, alterando positivamente e por completo a forma de encarar as questões do património histórico-cultural que, por mérito próprio, passaram a ocupar um lugar estratégico no desenvolvimento do Município.

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