Três anos com regras para uso de telemóvel dão frutos no Colégio Internacional de Vilamoura

O Colégio Internacional de Vilamoura colocou os telemóveis ao serviço da pedagogia em vez de os proibir totalmente

Nos últimos três anos, o uso de telemóveis, por parte dos alunos do Colégio Internacional de Vilamoura (CIV), tem sido sujeito a regras apertadas. Uma medida que, garante este estabelecimento de ensino, é, agora, «aplaudida pelos pais, bem aceite pelos alunos, ao contrário do que se previa, e trouxe enormes vantagens ao dia-a-dia dos estudantes».

Em 2015, o conselho de direção do CIV estabeleceu regras para o uso de telemóveis em contexto escolar para «responder ao uso desajustado e ao fator de dependência inerente observado durante os intervalos».

«Esta reflexão teve em consideração que quase todos os alunos a partir do 5º ano/Year 5 traziam, à altura, telemóvel para o colégio», segundo o Colégio Internacional de Vilamoura. E, apesar das orientações da escola, «muitos não guardavam os telemóveis nos cacifos nem os desligam durante o período letivo». Além disso «muitos dispunham de internet livre nos seus telemóveis, potenciando a consulta de portais e fontes não fidedignas e/ou recomendáveis».

Ao invés de proibir o uso de dispositivos móveis, a direção do colégio procurou educar os alunos para o uso responsável deste recurso e para a utilização de telemóveis para fins pedagógicos».

«O CIV encara os telemóveis como recursos importantes, que não devem ser proibidos, mas cujo uso tem de ser efetivamente regrado. Assim, sempre que se considera oportuno, os telemóveis poderão ser incorporados nos planos de aulas e usados de forma responsável para o desenvolvimento de projetos pedagógicos», considera a direção deste estabelecimento de ensino.

O colégio dá, inclusivamente, alguns exemplos de como isso está a ser feito.

«São 09h45 da manhã. Estamos numa aula de Educação Visual com uma turma de 9.º ano. Os alunos são desafiados a procurar uma boa imagem para ilustrar uma maçã. O professor coloca a caixa, identificada com a etiqueta referente à turma, no centro da mesa de trabalho, e os alunos retiram desta o seu telemóvel. O professor recorda aos estudantes que o uso deste recurso audiovisual deverá ser acompanhado de duas premissas: o dispositivo deverá ser colocado no silêncio e o aluno deverá inibir-se de responder a qualquer notificação ou SMS», exemplifica.

Feito o exercício, o telemóvel é de novo desligado e regressa à respetiva caixa, onde é mantido em silêncio e guardado até ao final do dia.

Também nas aulas de Física e Química do 11º ano, «na ausência de computador, o aluno pode recorrer ao seu telemóvel». Isto porque, «ao trabalhar com reagentes, usamos muito o telemóvel para saber quais os símbolos de perigosidade e a forma como estes devem ser manuseados com segurança. No Laboratório, torna-se mais prático usar o telemóvel do que o computador”, segundo o professor da disciplina.

«O uso da tecnologia e o desempenho escolar podem andar de braços dados, sendo para isso necessário trabalhar a ética no uso dessa mesma tecnologia, mostrando sempre ao aluno quando estar on e off. Esta foi uma medida aplaudida pelos pais, bem aceite pelos alunos, ao contrário do que se previa, e que trouxe enormes vantagens ao dia-a-dia dos alunos», concluiu o CIV.

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