Embaixada de Marrocos está «a trabalhar» para reativar ligação marítima com o Algarve

O 1º Conselheiro da Embaixada de Marrocos revelou ao Sul Informação que há já trabalho a ser desenvolvido pela embaixada no sentido de reativar a ligação entre os dois países

Ferries atracados em Tânger, Marrocos – Imagem de arquivo

Marrocos está «a trabalhar e a fazer contactos» no sentido de reativar a ligação marítima entre o Algarve e este país. A garantia foi dada ao Sul Informação pelo 1º Conselheiro da Embaixada do Reino de Marrocos de Portugal, durante uma visita de uma delegação universitária marroquina a Faro.

«O Embaixador do Reino de Marrocos e a Embaixada estão a trabalhar e a fazer contactos para reativar a ideia de uma ligação marítima entre o Algarve e Marrocos, que já existiu no passado, mas que, com as condições económicas, foi interrompida», revelou Yassin Khatib, à margem de uma sessão que teve lugar na Universidade do Algarve, onde a UAlg celebrou protocolos com universidades marroquinas.

«Os intercâmbios que já existem podem justificar a existência desta ligação, tanto para o transporte de mercadorias, como para o Turismo. Dado o sucesso que o Algarve tem já nesta área e o esforço que Marrocos está a fazer no Turismo, poderia haver interesse, pelo menos na época estival, para transportar passageiros», acredita o diplomata marroquino.

Yassin Khatib assegura que «a vontade existe, de ambas as partes. Agora, os privados só terão interesse se for economicamente viável».

Yassin Khatib

A reativação desta ligação marítima é uma ideia que já é acarinhada, há muito, no Algarve, nomeadamente pelo município de Faro, a cidade que chegou a estar ligada, via marítima, com Tânger, em Marrocos – a conexão foi desativada há cerca de 20 anos.

Em 2015, o Sul Informação acompanhou uma delegação da autarquia farense numa viagem a Tânger, onde a reativação da ligação marítima entre o Algarve e Marrocos foi um dos principais assuntos em cima da mesa.

Na altura, Abdelghani Ragala, diretor do Conselho Regional de Turismo de Tânger – Teouan, revelou que havia um armador interessado e que a entidade que dirigia estava disposta a abrir os cordões à bolsa, desde que também houvesse comparticipação do lado português, de modo a tornar economicamente atrativo o lançamento da operação.

Na passada semana, na entrevista exclusiva que concedeu ao Sul Informação, o 1º Conselheiro da Embaixada de Marrocos em Portugal disse que «a solução poderá passar, eventualmente, por um subsídio», mas que, antes de tudo, é preciso atualizar «o estudo da viabilidade económica desta ligação», um trabalho que foi feito no passado, mas que necessita de ser revisto.

Só com dados atualizados se poderá dar o próximo passo, que é o de encontrar um armador que assuma a ligação.

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