Águas do Algarve passa «da idade da pedra para a era moderna» com novo Datacenter

Empresa Águas do Algarve também se prepara para investir 5 milhões de euros na melhoria da ETA de Alcantarilha

A Águas do Algarve inaugurou ontem, terça-feira, o seu novo Datacenter, que permitirá à empresa «passar, praticamente, da idade da pedra para a era moderna». De caminho, foi assinado um contrato para as obras de beneficiação da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Alcantarilha, que vão aumentar a capacidade de resposta desta infraestrutura.

Ontem foi «um dia excecionalmente importante para a Águas do Algarve», considerou Joaquim Peres, presidente da empresa multimunicipal de abastecimento de água e tratamento de águas residuais algarvias. Afinal, foi inaugurado um centro de dados apetrechado da mais moderna tecnologia, uma ferramenta fundamental nos dias que correm, em que a recolha, tratamento e armazenamento de dados assumem um papel preponderante.

«Este novo Datacenter permite fazer uma melhor gestão de todos os dados que fazem parte do acervo das Águas do Algarve. Por outro lado, a sua construção, com o disaster recovery existente na ETA de Alcantarilha, permite uma grande fiabilidade dos dados», explicou Joaquim Peres.

Também a eficiência da empresa melhora, uma vez que, com o equipamento que ontem foi formalmente inaugurado, se poderá melhorar, e muito, a telegestão, pois «já permite ter as infraestruturas necessárias para a instalação deste tipo de sistemas». No caso da gestão do abastecimento de águas, permitirá «uma modernização» do que já existe. No que toca aos esgotos, passará a ser possível controlar à distância o que se passa nas diferentes infraestruturas que compõem a rede.

«Isto permitirá fazer o mesmo trabalho com menos peso para as pessoas. Isto não significa que podemos aliviar a carga de pessoal. Quer dizer que as pessoas podem ir fazer outras coisas mais importantes, como sejam as áreas de investigação e desenvolvimento. Não basta ter uma infraestrutura, é preciso saber conservá-la e geri-la de forma inteligente», considerou o presidente da empresa Águas do Algarve.

O centro de dados e os muitos servidores que o compõem foram instalados num edifício da ETAR Faro Noroeste, que foi readaptado para o acolher. O investimento de cerca de 500 mil euros também serviu para criar novos espaços destinados aos serviços da empresa, que ganharam instalações modernas.

O congestionamento das instalações da Águas do Algarve na Vila-Adentro de Faro, onde antes estava instalado o Datacenter, foi o que levou Carlos Martins, então presidente da Águas do Algarve e agora secretário de Estado do Ambiente, a lançar a obra de readaptação de um edifício que já existia na ETAR situada junto ao Aeroporto de Faro.

«É com muita felicidade que uma pessoa vê os sonhos concretizados. De facto, na altura, havia aqui uma disponibilidade nesta instalação, que não estava a ser aproveitada, enquanto, na sede, os trabalhadores de algumas áreas tinham pouca qualidade de trabalho, devido à exiguidade do espaço», contou Carlos Martins, que esteve ontem em Faro, para assinalar a inauguração do novo Datacenter e do edifício que o alberga.

«Uma das áreas críticas era a questão da informação, uma vez que hoje, quer por razões de segurança, quer por razões de flexibilidade da gestão, passou a ser fundamental. Hoje em dia, já ninguém entende a gestão de infraestruturas tão complexas por meios exclusivamente manuais», ilustrou o membro do Governo.

Carlos Martins acrescentou que «é bom ver que as obras se concretizaram e que temos aqui um dos Datacenters mais modernos de todo o universo da Águas de Portugal».

Concluída esta obra, a Águas do Algarve já pensa no futuro e assinou ontem, na mesma cerimónia, o contrato para a beneficiação da ETA de Alcantarilha.

«Será um investimento de 5 milhões de euros. O que se pretende é aumentar a capacidade de tratamento da água. No Verão, temos a necessidade de um caudal maior e, por vezes, a necessidade de fazer a junção do reagente de sulfato de alumínio, para que a água possa ser tratada convenientemente, nem sempre permitia que esse composto fosse totalmente afastado, o que levava à rejeição de alguns lotes», explicou Joaquim Peres.

Com a obra que será feita, «vamos poder tratar uma maior quantidade de água, em menos tempo. Numa região que, no Verão, triplica a sua população, são necessárias estas soluções de tratamento».

Assinado o contrato, a obra será «consignada muito em breve». A partir desse momento, demorará cerca de um ano a ficar concluída.

Isto significa que, no próximo período estival, a intervenção estará a decorrer, pelo que será preciso aliar as obras à laboração da infraestrutura. Admitindo que isso irá «exigir muito» dos técnicos e do empreiteiro, Joaquim Peres acredita que haverá capacidade para garantir que o tratamento de água numa altura de pico não será comprometida.

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