PSD diz que supressões estão a “suicidar” a ferrovia no Algarve

Desde o início do ano já foram suprimidos 716 comboios, segundo Cristóvão Norte

Os comboios no Algarve «estão no grau zero» e a CP «trata as pessoas sem respeito», considera Cristóvão Norte. O deputado do PSD, eleito pelo círculo de Faro, afirma que se «tem registado, em particular no último ano e de forma mais aguda desde Agosto, uma degradação do serviço da CP no Algarve», que culminou com a supressão de 36 comboios nos últimos dez dias.

O deputado, já apresentou, juntamente com José Carlos Barros, um requerimento ao Governo a exigir «a pronta reposição da normalidade de circulação dos comboios» e que, «quando tal não for possível, assegure o transporte rodoviário obrigatório para todas as estações e apeadeiros». Os deputados solicitam ainda que os utentes sejam avisados antecipadamente das supressões.

Segundo Cristóvão Norte, citando dados da CP, as supressões dos últimos dez dias aconteceram, principalmente, no troço entre Vila Real de Santo António e Faro e, desde o início do ano, já foram suprimidas 716 ligações na Linha do Algarve.

O deputado considera que «o modo ferroviário está subdesenvolvido na região e, por estes dias, é chocante os maus-tratos a que os utentes estão sujeitos: muitos comboios são suprimidos, sem aviso, sem alternativa, destruturando a vida das pessoas, os seus direitos esmagados sem consideração. Pior, a CP não está a assegurar a alternativa rodoviária a que está obrigada, porque os autocarros de substituição não servem todas as estações e apeadeiros (Monte Gordo, Cacela, Conceição, Porta Nova, Luz, Livramento e Fuzeta)».

Para Cristóvão Norte, «é assim que se suicida a ferrovia, os utentes perdem a confiança, não voltam, e as pessoas e a mobilidade na região ficam a perder. As pessoas, muitas delas com passes mensais, nunca sabem se têm ou não comboio».

«A situação vai continuar a degradar-se», segundo o deputado, porque «nada se fez para adquirir ou alugar comboios para suprir estas falhas, e a eletrificação da Linha do Algarve que, segundo o Governo, estaria concluída em 2019 ainda nem sequer foi lançada». Além disso, prossegue, «o Governo já assumiu que a obra no Algarve vai ficar para o fim».

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