Faro: Obras no Largo de São Pedro revelam cinco ossadas, mas trabalhos podem prosseguir

Das cinco ossadas encontradas, sabe-se apenas que uma delas pertence a um idoso

Foto: Cláudia Vargues

Para já são cinco as ossadas encontradas, mas os trabalhos de requalificação do Largo de São Pedro, em Faro, podem revelar ainda mais. Ainda se sabe muito pouco sobre os achados arqueológicos, que eram «expectáveis» naquele local, mas a obra deve poder continuar.

Na passada quinta-feira, foi encontrado o primeiro esqueleto e, desde então, foram revelados mais quatro. Marco Lopes, diretor do Museu Municipal de Faro, explicou ao Sul Informação que, «para já, não se sabe muita coisa. São descobertas recentes. Foram encontrados cinco ossadas, quatro delas sepultadas em pares e outra afastada. Sobre esta última, sabe-se que se trataria de um idoso».

Segundo o responsável, «será agora analisada, pelo antropólogo forense e pelo arqueólogo, a disposição das ossadas».

Datar os achados também ainda não foi possível, uma vez que «não se encontraram artefactos que permitam estimar a data. Nestes casos, quando são feitos outros achados, acaba por permitir fazer essa estimativa».

Trabalhos no Largo de São Pedro. Foto: Pablo Sabater | Sul Informação

Encontrar estas ossadas não foi uma surpresa, segundo Marco Lopes. «Estávamos à espera, porque é normal num espaço religioso desta importância, numa igreja matriz bastante antiga… Até fará sentido que possam aparecer outras».

Marco Lopes explica ainda que estes achados não têm «necessariamente» de atrasar a obra. «A obra e a investigação arqueológica podem ser feitas em paralelo. Agora há dois caminhos, que dependem de uma decisão da equipa municipal de arqueologia, em conjunto com a Direção Regional de Cultura. Pode ser feito o levantamento, o registo, tiradas fotografias, voltando a cobrir as ossadas e a outra possibilidade passa por retirá-las, analisá-las de forma mais detalhada e encaminhá-las para o Museu Municipal de Faro».

Quer as ossadas fiquem no local, quer sejam retiradas, este é um processo «relativamente breve. A arqueologia é importante, mas nas áreas urbanas não se pode bloquear toda a construção. Estamos a falar um espaço de algumas semanas, depende da quantidade de ossadas que forem encontradas».

Segundo Marcos Lopes, «nada impede a obra de prosseguir de acordo com o calendário».

Fonte da Câmara de Faro disse ao nosso jornal que a autarquia vai tentar ser «muito célere a resolver a situação», para evitar atrasos na obra de requalificação do Largo de São Pedro. «Há a necessidade de acabar os trabalhos com a maior brevidade possível, não só pela obra em si, mas também pelos constrangimentos que causa» aos habitantes da zona, conclui.

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