Não há «qualquer previsão» para o arranque das obras de fundo na EN125

Processo continua «num grande imbróglio jurídico»

Foto de arquivo

O Movimento de Cidadania dos Utentes da EN125 – Sotavento foi, esta quarta-feira, 24 de Outubro, ao Parlamento exigir a requalificação desta estrada, entre Olhão e Vila Real de Santo António, mas saiu de lá «sem qualquer previsão» para o arranque da obra. «Foi-nos disto que é um processo difícil», refere Hugo Pena, dirigente deste movimento. 

«Entrámos e saímos com a mesma coisa. Assistimos a mais do mesmo: uma guerra de palavras, com acusações entre os Grupos Parlamentares», disse ao Sul Informação. 

Segundo Hugo Pena, o processo continua «num grande imbróglio jurídico». «O Tribunal de Contas ainda não deu resposta ao recurso da Infraestruturas de Portugal, depois do chumbo» da renegociação do contrato.

Em Julho, Pedro Marques, ministro do Planeamento e Infraestruturas,  revelou que as obras na EN125 vão ser feitas de forma gradual. 

Nesta audiência, na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, o Movimento de Utentes da EN125 reconheceu que «as coisas estão melhores» com as obras de emergências, feitas no troço da EN125 entre Olhão e Vila Real de Santo António, «mas ainda não estão como deviam estar».

«Boa parte do troço não foi intervencionada. O desgaste já se vai sentido e já se nota no piso. As obras foram feitas à pressa e há zonas com irregularidades e sem segurança rodoviária», denunciou Hugo Pena.

Esta ideia foi também defendida por Conceição Cabrita, presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, presente na reunião, na qual teve a companhia de Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira, e Filomena Cabrita, vice-presidente da Câmara de Castro Marim.

De acordo com a autarca vilarrealense, «as obras de emergência realizadas no início do Verão não foram mais do que uma intervenção de cosmética, estando neste momento a revelar já diversos sinais de desgaste, com bermas em mau estado e sinalização e piso irregulares».

Para Conceição Cabrita, é «urgente continuar a reivindicar a requalificação integral da EN125 entre Olhão e VRSA, promessa que já atravessou três Governos sem que tenha sido cumprida».

Também esta quarta-feira, a presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António afirmou, durante a audição no Parlamento, que a degradação da EN125 está a prejudicar gravemente o concelho em termos turísticos e de acessibilidades, tornando-o mais periférico em relação aos centros de decisão.

Nesta reunião, também foi pedido ao Governo que suspendesse as portagens na A22 enquanto as obras na EN125 não avançam. «Não podemos pagar uma Via do Infante com a EN125 como está», disse Hugo Pena. E qual foi a resposta dada?

«Nenhuma. Ficámos sem resposta e sem promessa alguma», concluiu Hugo Pena.

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