Mazgani canta “a morte do poeta” em Silves no dia da República

O músico iraniano vai apresentar “The Poet’s Death”, lançado há um ano e que tem apresentado pelos palcos nacionais

Mazgani é o próximo convidado do Lado B em Silves, num concerto marcado para dia 5 de Outubro, às 21h30, no Teatro Mascarenhas Gregório.

No saco, traz a viola e “The Poet’s Death”, lançado há um ano e que tem apresentado pelos palcos nacionais e com agradáveis receções. «Nós procuramos que o concerto não seja apenas a replicação daquilo que está no disco, mas que seja um concerto de acordo com a noite, com a sala, com o estado de espírito. Muitas das canções têm muitas soluções em aberto, muitos espaços em aberto e atuamos de uma forma intuitiva em resposta uns aos outros e nesse sentido os concertos também são recebidos de uma forma diferente», revela Shahrya Mazgani ao Musicália | Sul Informação.

A digressão deste disco tem-no levado pelo país, com uma passagem também por Londres, onde tem tocado para salas cheias. Por isso, espera-se o mesmo em Silves, para ouvir aquele que é já o quinto trabalho do músico iraniano de 42 anos, desde os 4 radicado em Portugal, fugido da Revolução iraniana de 1979.

«Já temos alguma estrada e queremos que o disco vá crescendo e que algo vá mudando, alterando, até porque as canções são organismos vivos, por assim dizer, e acho que agora estão melhores. Acho que as pessoas sentem quando os músicos estão a gostar do que estão a fazer e fazemos isso com muita alegria e muita entrega. É importante que as pessoas o sintam e que lhes possamos oferecer a melhor noite possível», confessa o músico.

“The Poet’s Death” é o regresso do músico de Setúbal aos originais depois de, em 2015, ter lançado “Lifeboat”, onde reinterpreta alguns dos seus compositores favoritos.

Para este novo trabalho, escolheu Peixe (Ornatos Violeta), como produtor e procurou captar a essência do que vinha a compor. «Procurei fazer tudo em pouco tempo, com poucos ensaios e pouco tempo de estúdio, para poder capturar a essência», algo que, admite, só agora, com uma maior maturidade musical, se se sente livre para fazer.

Em jeito de conclusão, este é um trabalho com uma abordagem diferente do anterior, outras técnicas, mas onde continua a contar e cantar a história à sua maneira.

É, no entanto, um disco que merece ser ouvido à “maneira antiga”. «É um disco que precisa de ser ouvido com calma, é despojado, feito de silêncios, apesar de ter momentos mais musculados. O disco é pensado com um todo, há um fio condutor, há um coerência, uma linha que liga as canções», afirma.

Na sexta-feira, dia 5 de Outubro, em Silves, Mazgani é acompanhado por Vitor Coimbra, no baixo, Isac Achega e Manuel Dordio, na bateria.

Os bilhetes custam 8,00 euros e podem ser adquiridos no Museu Municipal de Arqueologia de Silves e na Casa-Museu João de Deus, em São Bartolomeu de Messines.

A entrevista pode ser ouvida na totalidade na edição 78 do Musicália, clicando aqui.

 

Mazgani lançou, na passada sexta-feira, mais um single e o vídeo de “The Poet’s Death”. Em jeito de celebração do primeiro aniversário, apresenta uma reinterpretação do tema “The Faintest Light”, em dueto com a artista britânica Nadine Khouri, que se vai juntar ao músico em palco, para um espetáculo especial no dia 2 de Fevereiro, no Teatro Aveirense.

Joana Linda, realizadora do vídeo, apresenta-o assim:

“Em The Faintest Light, Mazgani caminha sozinho pelas ruas de Alvalade, um dos bairros mais representativos da arquitetura moderna em Lisboa. Evocando uma estética associada aos anos 70 e aos filmes de Jonas Mekas, o movimento próprio da cidade contrasta com a solidão do protagonista e acentua a melancolia própria de um dia de Inverno, iluminado pelos últimos raios de sol de um frio fim de tarde”.

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