Investigadora foi ao Colégio de Vilamoura assistir a aulas de Filosofia para jovens e crianças

Filosofia é lecionada do Jardim de Infância ao 9º ano no Colégio Internacional de Vilamoura

A investigadora brasileira Liliane Sanchez esteve, nos dias 20 e 21 de Setembro, no Colégio Internacional de Vilamoura (CIV) para conhecer o trabalho desenvolvido na área de Filosofia para crianças e jovens. 

Liliane Sanchez deslocou-se a Portugal para, de Norte a Sul, contactar com exemplos de boas práticas e metodologias de trabalho.

Na Universidade Federal Rural do Rio, Liliane Sanchez é professora de Filosofia da Educação e ministra a disciplina Tópicos Especiais em Filosofia Para Crianças aos alunos das licenciaturas em Pedagogia e Filosofia.

A par desta atividade coordena um projeto de extensão universitária, nascido em 2015 com o apoio do Ministério da Educação, chamado “Os filósofos-mirins: oficinas de filosofia na educação fundamental” numa escola pública do município de Seropédica/Rio de Janeiro.

A sua visita a Portugal surgiu no decurso de uma das três áreas de abrangência do projeto, a investigação (a par das aulas e da extensão), e teve como objetivo «observar várias metodologias adotadas na Filosofia com Crianças por vários profissionais em várias escolas espalhadas pelo mundo».

No Colégio Internacional de Vilamoura, Liliane Sanchez observou algumas aulas de Filosofia para Jovens no 1º, 2º e 3º ciclos.

Estiveram envolvidas nesta iniciativa as professoras Laurinda Silva, Helena Neto e Fernanda Silva. A disciplina existe no plano curricular do CIV de forma pioneira há 21 anos, em todas as turmas do Jardim de Infância ao 9º ano de escolaridade.

A direção pedagógica deste colégio entende que «a Filosofia é uma prática pedagógica que se propõe desenvolver as capacidades de raciocínio, da criatividades e do pensamento em geral (concetualização, comunicação, autoavaliação), essenciais ao desenvolvimento das crianças».

«Constitui ainda uma prática que promove uma verdadeira comunidade de comunicação e de aprendizagem dentro da sala de aula, levando os alunos a viver experiências muito significativas ao nível cognitivo, social e afetivo».

«O encontro entre profissionais da área é sempre profícuo, dada a partilha de experiências e o tempo dedicado à crítica, que envolve sempre o espírito de melhoria», referiu a professora Laurinda Silva, no CIV desde 2011.

«Os alunos reconhecem a importância deste tempo semanal, nomeadamente por conseguirem avaliar melhor a qualidade de uma ideia, exporem as suas ideias de forma mais clara e confiante, aprender a respeitar as decisões dos outros ou reconhecer que não têm razão. Todas estas respostas são da maior importância mas realço as duas últimas por se implicarem diretamente com a formação ética da pessoa, temática que precisamente a investigadora Liliane Sanchez aborda na sua tese de doutoramento», diz ainda.

“Domínio de turma”, “tentativa de construção na relação das respostas entre os alunos” e a fuga “à estratégia de perguntação” foram alguns dos aspetos mencionados por Liliane Sanchez a algumas das aulas observadas.

«Gostei muito de ter assistido a aulas que se iniciam com um pequeno momento meditativo usando a taça tibetana, como no México», diz.

Depois da realidade mexicana, «país onde a Filosofia é levada a turmas muito desfavorecida e onde Liliane Sanchez visitou três pequenas escolas com modelos distintos, a investigadora visitou a Colômbia e a Holanda, privilegiando sempre o intercâmbio de ideias e experiências entre os profissionais do ensino de Filosofia.

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