Novo hospital para a Madeira é «uma valente bofetada nos algarvios»

Cristóvão Norte acusa o Governo de voltar a preterir o Hospital Central do Algarve, que era considerado a segunda prioridade no país

«Uma valente bofetada nos algarvios». É desta forma que o deputado do PSD Cristóvão Norte classifica a decisão do Governo em avançar para a construção de um novo hospital na Madeira, tomada ontem em Conselho de Ministros, quando o Algarve espera há muito pelo avanço do seu Hospital Central.

O deputado social-democrata eleito pelo Algarve já criticou, por diversas vezes, o facto do novo Hospital Central algarvio não estar entre os que o Governo planeia fazer esta legislatura. Até 2022, estava anunciada a criação de quatro novos hospitais, em Lisboa, Évora, Seixal e Sintra. Agora, é anunciado um quinto.

Mas, lembrou Cristóvão Norte, em 2006, num estudo técnico encomendado pelo Governo para se definirem as prioridades de novos hospitais para o país, o Algarve ficou em segundo lugar, atrás do de Lisboa.

«Depois, em 2008, a primeira pedra foi lançada, até houve mais que uma cerimónia com o Primeiro- Ministro José Sócrates, mas hospital nem vê-lo. Os concursos não foram concluídos, o processo parou em 2009 e, em 2011, suspenso como as demais obras públicas pelo memorando da troika. Nenhum hospital foi construído», lembrou o deputado do PSD.

Com a entrada do Governo liderado por António Costa, foi realizado um plano de investimentos que contemplava quatro novos hospitais, «sendo que três deles ou estavam atrás do Algarve ou nem sequer tinham sido estudados».

«Confrontei o ministro com o facto e respondeu-me prontamente, sem remorso, que era para a próxima legislatura. Não me conformei com a injustiça. Fazendo-se investimento, a ordem de prioridades tinha que ser respeitada. Há hospitais que já estão a avançar», segundo Cristóvão Norte.

«Pior, foi conhecido o Programa de Estabilidade e Crescimento – o qual versa sobre os compromissos de Portugal até 2022 – e já não são quatro, mas cinco os hospitais previstos», acrescentou.

O parlamentar algarvio considera que o ministro da Saúde, «que disse que resolveria os problemas fundamentais da saúde na região», está a «desprotegê-la em todas as decisões que toma».

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