Associação Terras do Infante «exorta» ao Governo para que não avance com petróleo

Associação continua à espera de audiência com ministros do Ambiente e da Economia

A Associação Terras do Infante, que junta os municípios de Aljezur, Lagos e Vila do Bispo, veio a público exortar ao Governo para que não permita a «concretização do furo de prospeção de petróleo ao largo de Aljezur». 

Para a Terras do Infante, esta é a medida que «se impõe desde sempre». O fim da licença atribuída ao consórcio ENI/GALP daria «um sinal muito claro e inequívoco» de que o Governo «está, de facto, empenhado na redução do aquecimento global, na descarbonização e contra as agressões declaradas ao ambiente».

Segundo aquela associação, a 27 de Julho foi pedida ao primeiro-ministro António Costa «uma audiência com carácter de urgência» sobre esta questão.

A ideia de José Gonçalves, Maria Joaquina Matos e Adelino Soares, presidentes da Câmara de Aljezur, Lagos e Vila do Bispo, respetivamente, era «dar conta na primeira pessoa da posição desta associação sobre o assunto que, a concretizar-se da forma anunciada, irá completamente “ao arrepio” do que o Governo Português assumiu na COP 21/Paris e COP22/Marraquexe e constituirá o maior e mais rude golpe aplicado a esta região».

De acordo com a associação, da parte da chefe de gabinete de Costa, «recebemos a resposta acusando a receção da solicitação, informando que em razão de matéria, foi encaminhada para o Gabinete do Ministro da Economia e para o Gabinete do Ministro do Ambiente».

Só que, até ao momento, nem a “Terras do Infante” nem Joaquina Matos, a sua presidente, receberam qualquer contacto «dos Gabinetes indicados, para o efeito», denuncia a associação.

«De uma forma ou de outra aguardaremos e pugnaremos para ser recebidos», diz ainda.

Em nota de imprensa, a Terras do Infante aproveita para «mais uma vez reconhecer a determinação e luta da sociedade civil, das associações, plataformas e grupos que lutam contra a concretização do malogrado furo de prospeção».

«Permitam-nos uma palavra especial para a PALP e para os resultados alcançados através da via judicial. Ninguém conseguirá descredibilizar quem está nesta luta», conclui.

A 13 de Agosto, o Tribunal Administrativo de Loulé deu razão à PALP e suspendeu a licença (TUPEM) para que o consórcio ENI/GALP fizesse o furo de prospeção de hidrocarbonetos ao largo de Aljezur. Entretanto, o Ministério do Mar já apresentou um recurso face a esta decisão. 

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