O edifício da Antiga Lota de Portimão, junto à ponte velha do Arade, vai ser reabilitado, numa obra em duas fases candidatada pela Câmara Municipal portimonense ao CRESC Algarve 2020 e que custará no total 1,4 milhões de euros.
Na primeira fase, cujo concurso, segundo Joaquim Castelão Rodrigues, vice-presidente da autarquia, «será lançado ainda este ano, provavelmente em Outubro», a operação, integrada no Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU) de Portimão, inclui a recuperação do edifício, que está «em avançado estado de degradação, carecendo de uma requalificação urgente».
«O edifício está muito degradado, sobretudo o telhado, pelo que já nem podemos lá promover atividades, por haver riscos», salientou o autarca. Castelão Rodrigues prevê que a primeira fase das obras esteja pronta «até ao próximo Verão, para que este edifício fique com novas condições para receber eventos».
Os trabalhos passam pela reabilitação da sala polivalente (com uma área de 191,30 metros quadrados), promovendo ainda a consolidação do corpo principal, quer ao nível da cobertura, quer da estrutura.
A intervenção também inclui a elaboração do projeto de execução da reabilitação do edifício da Antiga Lota.
Esta primeira fase, orçamentada em cerca de 350 mil euros (349.794,73€), será comparticipada por fundos europeus.
No entanto, ao que o Sul Informação apurou junto da Câmara de Portimão, apenas foi considerado como investimento elegível aprovado um montante de perto de 123 mil euros, uma vez que a totalidade da intervenção «excedia a dotação elegível e aprovada para esta operação no PARU Portimão». Assim sendo, a comparticipação FEDER aprovada foi de perto de 80 mil euros (65% de comparticipação).
Na segunda fase, que não está ainda aprovada, mas já foi candidatada no âmbito do aviso Património Cultural, serão promovidas as restantes intervenções que visam transformar a Antiga Lota num edifício de utilidade pública, para acolher projetos culturais, festividades, comemorações e eventos ligados às tradições locais e regionais, relacionados com a gastronomia, artesanato e outras manifestações populares.
Poderá também albergar, no corpo poente, instalações para os serviços de turismo, bem como instalações sanitárias públicas, de apoio à zona ribeirinha, «por forma a promover a requalificação da oferta turística».
Esta segunda fase, que inclui obras de esgotos, água e eletricidade, prevê um investimento de um pouco mais de 1 milhão de euros (1.071.871,10€).
O edifício foi construído em 1916 para acolher a primeira central elétrica da cidade de Portimão. A partir dos anos 50 do século passado, passou a funcionar como lota, permanecendo com esse uso até finais dos anos 80.
A partir dessa altura e durante cerca de duas décadas, acolheu os restaurantes da sardinha assada. Este edifício foi identificado, no Plano Diretor Municipal de Portimão, como imóvel de interesse concelhio a propor classificação.
Este é um dos três projetos promovidos pelo Município de Portimão, no âmbito da reabilitação urbana, salientou Joaquim Castelão Rodrigues. A terceira e última fase do Jardim 1º de Dezembro, que passa pela reabilitação dos azulejos, está quase a começar, enquanto também se prevê para o quarto trimestre deste ano o lançamento do concurso para o arranjo da envolvente da Igreja Matriz, num montante de 700 mil euros.
Comentários