Os trabalhos de recuperação das linhas de água afetadas pelo incêndio de Monchique «podem iniciar-se já», segundo João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente. O governante, que está em visita, esta segunda-feira, aos concelhos de Monchique e Silves, assinou um protocolo que prevê «um conjunto de intervenções orçadas, provisoriamente, em 1,1 milhões de euros», financiadas pelo Fundo Ambiental, para intervir na rede hidrográfica.
Segundo Matos Fernandes, «o que está em causa, no imediato, é poder iniciar-se a remoção dos sedimentos e outros materiais que estão no leito dos rios em consequência dos incêndios, a recuperação das secções de vazão e passagens hidráulicas, para que, quando vierem águas, possam correr livremente e minimizar os efeitos das cheias e inundações».
Estas primeiras intervenções «já estão muito bem descritas e podem iniciar-se de imediato. Têm um valor de 160 mil euros».
Quanto às restantes intervenções, que passam pelo «corte e remoção de material vegetal arbóreo e replantação de toda a vegetação ripícola», serão conduzidas pelas autarquias e «não conseguimos ter um valor rigoroso. No entanto, com este protocolo, fica claro que podem iniciar-se já. Estes trabalhos vão estender-se por um prazo de um ano e o Ministério do Ambiente irá assumir a responsabilidade financeira».
Quando houver valores rigorosos, o que deve acontecer «dentro de um mês», será «assinado um contrato entre cada uma das autarquias e o Fundo Ambiental e, de imediato, metade do dinheiro previsto será disponibilizado» aos municípios.
Segundo o ministro, é necessária intervenção em 97 quilómetros de rede hidrográfica, 71 deles em Monchique, 25 em Silves e 1 em Portimão.
O acordo assinado esta tarde na Câmara de Monchique é visto com bons olhos pelo edil Rui André que, antes de se reunir com o governante, considerou o documento «bastante benéfico», uma vez que «dá garantias para intervir já no terreno, para fazermos muitas das ações necessárias e urgentes».
O autarca deixou ainda o desejo que «noutras áreas se possa fazer o mesmo, concretamente na estabilização de emergência em zonas próximas da rede viária, uma vez que algumas áreas estão em perigo e há a possibilidade de derrocada de pedras».
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