Assunção Cristas em Monchique garante que não incentivou plantação de eucaliptos

Assunção Cristas, acompanhada por dirigentes regionais do CDS, visitou hoje Monchique e Alferce

Foto: Alexandra Delgado | Jornal de Monchique

Assunção Cristas, presidente do CDS/PP, garantiu hoje, em Monchique, que não incentivou a plantação de eucaliptos enquanto foi ministra da Agricultura, de 2011 a 2015. 

A líder centrista esteve reunida na manhã desta terça-feira, 28 de Agosto, com Rui André, presidente da Câmara de Monchique, durante cerca de 45 minutos. Depois, seguiu, por volta das 11h00, para o Alferce, onde visitou as zonas ardidas pelo incêndio e falou aos jornalistas, que a questionaram sobre a sua responsabilidade quanto à plantação de eucaliptos.

«Tenho de dizer, pela enésima vez, que não levantei [as] restrições à plantação de eucaliptos. O que fiz foi criar um sistema de informação que não existia: o RJAAR, Regime Jurídico das Ações de Arborização e Rearborização, que permite hoje saber o que não se sabia à época», disse Cristas.

A dirigente do CDS explicou que esse regime «não abarca tudo aquilo que são investimentos apoiados pelos fundos comunitários para não estar a duplicar o reporte por parte dos agricultores».

«Tudo o que são investimentos apoiados por espécies autóctones entram no PDR2020 e não apareciam no RJAAR. A ideia seria, depois, juntar os dois sistemas de informação para termos o retrato completo», referiu Assunção Cristas.

Este RJAAR foi, à época, visto como um regime que liberalizou a plantação de eucaliptos, espécie altamente combustível. Foi, aliás, numa zona densamente povoada com estas árvores que começou o incêndio de Monchique, na Perna Negra.

Nesta visita a Monchique, Assunção Cristas defendeu também que há esclarecimentos sobre o incêndio ainda por dar. A líder quer saber, por exemplo, porque é que «foram precisos sete dias para debelar» o fogo.

Segundo a dirigente, é preciso saber «o que é que falhou no ataque» aos reacendimentos e «como é que as coisas se descontrolaram».

Cristas quer também esclarecimentos sobre os apoios concedidos a quem foi afetado pelo fogo. Em Pedrógão, defendeu, os apoios «resultaram, na maioria, da generosidade dos portugueses», mas, em Monchique, «não há esses donativos».

«As regras serão diferentes e será, porventura, o Estado a entrar com o dinheiro. Não consideramos compreensível como é que num caso não têm de pagar nada do seu dinheiro e, neste caso, terão de o fazer».

Cristas disse ainda que o CDS/PP vai estar «na linha da frente» dos esclarecimentos sobre o que se passou em Monchique.

(Atualizado, às 16h13, com mais declarações de Assunção Cristas).

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