Agricultores afetados pelo incêndio podem investir já, porque serão apoiados

Governo quer abrir o período de candidaturas na próxima semana para o ter concluído um mês depois

Os apoios aos agricultores afetados no incêndio de Monchique e Silves vão cobrir investimentos que sejam feitos já, garantiu o ministro da Agricultura. Capoulas Santos esteve esta quinta-feira no Alferce, onde assegurou que uma nova diretiva comunitária, publicada no final de 2017, possibilita que sejam elegíveis para apoio «todos os investimentos feitos a partir do dia da ocorrência».

«Todas as pessoas que tenham de comprar equipamentos e material, agora de repente, para acudir, esse investimentos são elegíveis e reembolsáveis», assegurou Capoulas Santos.

O ministro fez este anúncio durante uma breve visita à Junta de Freguesia de Alferce, que o Sul Informação acompanhou, onde fez questão de entrar para agradecer «a dedicação e o empenho» dos funcionários da Direção Regional de Agricultura e Pescas que têm estado ali – «incluindo ontem, que era feriado» – a dar apoio aos agricultores locais no preenchimento das declarações de prejuízos.

Estas declarações, salientou Capoulas Santos, «não são as candidaturas», mas sim parte do levantamento que está a ser feito. A ideia é que os apoios sejam pagos aos agricultores «o mais depressa possível».

«Temos condições de operacionalizar isto muito rapidamente. Na próxima semana, serão abertas as candidaturas, que assim se manterão durante um mês. O senhor diretor regional de Agricultura tem instruções para que estas candidaturas passem à frente de todas as outras na análise, para que imediatamente possamos contratualizar e proceder aos pagamentos», assegurou.

Ainda segundo o ministro, «até aos cinco mil euros, os prejuízos serão apoiados a 100%. Entre 5 e 50 mil euros, a comparticipação é de 85%. De 50 mil a 800 mil, o apoio é de 50%».

No que toca à alimentação animal, esta continuará a ser distribuída, «como foi feito até agora. Até ao dia de ontem, foram distribuídas 32 toneladas de alimentos e continuarão a ser entregues as que forem necessárias».

O membro do Governo aproveitou para esclarecer que, para aceder às ajudas, os pequenos agricultores precisam de se inscrever nas Finanças. «As ajudas são para agricultores, pelo que as pessoas têm de estar inscritas como tal. Quem é agricultor e não tem o CAE nas Finanças, isso demora um minuto a fazer», disse.

«No ano passado, houve muita contra-informação. Diziam que as pessoas que se inscrevessem perdiam a reforma, que iam pagar impostos. Nada disso é verdade», acrescentou Capoulas Santos.

O ministro aproveitou a sua passagem por esta aldeia do concelho de Monchique para visitar a Quinta de Alferce, uma exploração agrícola situada no limite da zona urbana, que foi devastada pelas chamas.

Nesta herdade, de sete hectares, ardeu, quase na totalidade, um vasto pomar de citrinos, bem como sobreiros e um apoio agrícola, com animais, alguns dos quais morreram.

Esta tarde, depois da reunião com a Comissão Parlamentar de Agricultura, em Monchique, o presidente da Câmara Rui André tinha precisamente exigido «uma medida de emergência, um fundo para apoio direto» aos agricultores afetados pelo incêndio, «ou então que o aviso, a ser publicado o mais rápido possível, contemple também as despesas feitas desde agora e não só após a publicação dessa portaria».

 

Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação

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