Reclusos de Olhão estão a limpar mato em zona de risco de incêndio

Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, foi a Olhão ver como estão a decorrer os trabalhos

Sete reclusos do Estabelecimento Prisional de Olhão estão, até 31 de Agosto, a fazer trabalhos de limpeza e desmatação da estrada que liga Moncarapacho até ao Cerro de São Miguel. 

Este projeto pioneiro levou Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, a Olhão esta sexta-feira, 27 de Julho.

Para o governante, este «ensaio» que está a decorrer em Olhão é um exemplo a replicar em todo o País. Para Miguel Freitas, «esta é uma iniciativa com uma carga simbólica muito importante e que derruba barreiras», não só devido à intervenção dos reclusos, mas porque «coloca os bombeiros a fazerem a prevenção dos fogos florestais, e não apenas a intervirem quando chega a hora do combate».

Esta ação, que vem a decorrer desde 9 de Julho, surge no âmbito de um protocolo mais abrangente celebrado entre o município e o estabelecimento prisional, que já levou, em Maio, reclusos a procederem a uma ação de limpeza na Ilha da Armona.

Desta feita, e conforme estabelecido no Plano de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Olhão, encontra-se a ser intervencionada uma das zonas mais críticas do concelho em termos de risco de fogo florestal, conforme explicou o comandante dos Bombeiros Municipais Luís Gomes.

Esta torna-se, então, uma experiência de aprendizagem para os sete prisioneiros que compõem esta brigada em regime aberto e que passaram, num primeiro momento, por uma formação inicial de manuseamento de maquinaria e regras de segurança no trabalho, ministrada pelos próprios bombeiros municipais.

Uma experiência bastante positiva para António Pina, presidente da Câmara de Olhão, para quem «este projeto não só ajuda a resolver o problema da desmatação das zonas mais problemáticas do concelho, mas constitui, também, um investimento na nossa comunidade, uma vez que contribui para a reintegração de sucesso destes reclusos, muitos deles olhanenses».

Há a possibilidade de alargamento a todo o território, desta iniciativa, confirmada pelo diretor-geral dos Serviços Prisionais Celso Manata que deseja ver estes reclusos integrados depois de deixarem a prisão.

«Àqueles que assim desejem, será dada a possibilidade de prosseguirem a carreira de sapadores florestais», disse.

Em Olhão, e uma vez terminada esta experiência-piloto, serão analisados os resultados e estudada a hipótese de extensão do projeto a outros locais do concelho.

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