Pulseiras de livre trânsito da Feira Medieval de Silves já estão à venda

Feira Medieval decorre de 10 a 19 de Agosto em Silves

As pulseiras de livre trânsito, que dão acesso à Feira Medieval de Silves durante os dez dias do evento, de 10 a 19 de Agosto, já estão à venda. 

Até 9 de Agosto, as pulseiras serão vendidas pelo valor de 3 euros. A partir do dia 10 terão um custo de 4 euros e também poderão ser adquiridas nas bilheteiras, no recinto do evento.

Os locais de venda antecipada são os seguintes: Biblioteca Municipal de Silves, Castelo de Silves, Casa Museu João de Deus, Centro de Interpretação do Património Islâmico, Museu Municipal de Arqueologia, Museu do Traje e das Tradições, Piscinas Municipais, Pavilhão Municipal da E.B. 2, 3 de São Bartolomeu de Messines, Juntas de Freguesia (União Freguesias Alcantarilha e Pera, União Freguesias de Algoz e Tunes, Armação de Pera, S. B. de Messines e S. M. da Serra), Al-Matjar – Loja de Artesanato, Café Messinense, Café Silves Futebol Clube, Instituto de Beleza Art Effects, Tabacaria Baixinha, Papelaria Castelo do Saber e, ainda, Salão Anita.

Também pode compras as pulseiras no Artesanato Ana & Joana, Ugo Art Café, Eva Transportes, Ourivesaria Esmeralda – Silves, Baú D’Avó-Artesanato, Snack Bar JR, Gormial – Armação de Pêra, Divina Doçura, Imobiliária Servesul, Restaurante “A Barbinha”, Plazza Café, e snack-bar Lenita.

Os bilhetes para os espetáculos que decorrem durante a feira (Castelo – “Sitiados no Castelo: do cerco à rendição” e Torneio de Armas), bem como as experiências medievais e o banquete “A Mesa Real” poderão ser comprados na BOL ou nas bilheteiras do evento.

Este ano, a imagem da Feira Medieval volta a ser uma criação do fotógrafo André Boto. Tendo como tema base “Silves, 1189. A Conquista”, dará a conhecer o famoso episódio da história da cidade, no qual o Rei D. Sancho I, com ajuda dos Cruzados que se dirigiam à Terra Santa, toma a cidade.

«Na sessão fotográfica (que este ano decorreu na Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica, com a colaboração do Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves – CELAS) que permitiu a criação da imagem da XV Feira Medieval de Silves procurou-se criar uma imagem vívida e dramática de dois guerreiros, um cristão e um muçulmano que ao longo dos vários meses que durou o cerco à cidade (de Junho a Setembro, mais precisamente até dia 3 desse mês) e durante o confronto se terão enfrentado», diz a Câmara de Silves.

«A determinação de ambos os lados em confronto está retratada, bem como a presença de todos os demais que viviam na cidade ou que seguiam os combatentes, personificados pelo místico rosto que aparece quase como que uma sombra e as mulheres e crianças, personificados pela jovem que olha o infinito, em busca de melhores dias».

«Creio que a imagem deste ano é muito poderosa e fará, por certo, trabalhar a imaginação de quem a vir, convidando a que possam estar em Silves, de 10 a 19 de Agosto, na XV edição deste evento», diz Rosa Palma, presidente da Câmara de Silves.

«Queríamos, precisamente, continuar a dar uma dimensão de grande dramatismo, diria mesmo cinematográfica, a esta criação, já que a história de Silves, cheia de episódios grandiosos, personagens de grande poder e influência, lendas e poesia, nos permite explorar com muita força tudo o que diz respeito à produção visual», reforça a autarca.

André Boto, que volta a ser o criativo por trás deste trabalho, diz a propósito das suas preocupações ao preparar este trabalho: «penso que em primeiro lugar é preciso ter em conta o objetivo para o qual se destina este tipo de imagem. Deve ter impacto suficiente para “agarrar” o espetador em poucos segundos ou frações de segundo. É importante ter em mente que é uma imagem comercial e a forma de chegar à maior tranche possível de público é ter impacto e características que potenciem que a imagem comunique com a maior franja possível de público, já que o evento pretende atingir um vasto leque de pessoas em termos de idades».

Nesta medida, o fotógrafo considera que «o tema deste ano abriu espaço para algo importante em termos de uma comunicação visual eficaz, que é a ação», pois, na sua opinião, uma vez que está relacionado com a conquista, «pede movimento/ação, expressões fortes e consequentemente uma maior comunicação com o espectador».

«O maior desafio este ano», acrescenta André Boto, «era encontrar as personagens que mais facilmente encarnassem o perfil de verdadeiros guerreiros em termos de fisionomia e também de simulação de movimentos e posições para a imagem final».

E a opinião de todos os que têm visto a imagem da XV Feira Medieval de Silves é unânime e coincidente com a do seu autor: «Dificilmente poderíamos ter tido melhores figurantes para conseguir isso. Temos uma imagem muito cinematográfica!».

A autarquia recorreu a voluntários para a criação da imagem do evento, facto que André Boto vê como uma mais-valia: «Penso que é uma opção muito inteligente, pois a utilização de “pessoas reais” (não atores) faz com que o potencial visitante da feira tenha de certa forma uma relação de maior proximidade com o próprio evento», refere.

«É uma opção que muitas grandes marcas estão a tomar para ter maior proximidade com os seus clientes e penso que também neste caso da Feira Medieval de Silves é uma forma de estabelecer laços emocionais com quem visita o evento», diz ainda.

Rosa Palma defende que esta estratégia começa, também, com escolha do próprio fotógrafo: «O André Boto trabalha connosco há já alguns anos, é alguém que viveu e cresceu na cidade de Silves e, portanto, conhece o espaço, os monumentos, as pessoas e tem um olhar muito particular sobre a Feira Medieval, como tem sido possível ver», diz a autarca.

«O que nos interessa é poder envolver as pessoas, fazê-las participar naquele que é efetivamente o maior evento da cidade e esse envolvimento apenas reforça aquilo que queremos: que a nossa identidade seja profunda e evidentemente vincada na forma como o evento decorre. É isso que faz desta feira uma feira diferente das demais!»

Os próprios modelos, que ao longo dos anos foram trabalhando com a autarquia e com o fotógrafo neste evento estão de acordo. João Vitorino, que em 2017 foi o rosto de Al-Mutamid e em 2013 também participou sem personagem definida, diz que a «Feira é uma das imagens de marca da cidade e as pessoas que cá vivem têm muito orgulho no evento. Isso nota-se bastante no dia da sessão, no qual o entusiasmo dos participantes é enorme. É algo mais autêntico que a utilização de profissionais.»

Raquel Martins, que participou em 2014 e 2015 diz mesmo que, «sendo natural de Silves e tendo crescido a vida inteira nesta cidade, constituiu um grande orgulho poder dar cara aos eventos que aqui são realizados». E mesmo quem não é natural da cidade, mas vive o evento, como é o caso da Ana Castro, passa «a ver a feira como algo familiar, do qual sinto um orgulho imenso».

Bruno Guerreiro, que este ano encarna o guerreiro cristão, também concorda. «É uma forma de integrar as pessoas da terra e é nítido que tem sido uma aposta ganha. Qualquer cartaz dos últimos anos está ao mais alto nível de qualidade, o que faz de simples figurantes voluntários estrelas de cartaz. Já recebi comentários que estamos ao nível de um cartaz Hollywood», referiu.

O trabalho de preparação da imagem da Feira Medieval de Silves começa bem antes do evento e é dividido em várias fases, para que tudo permita o melhor resultado final.

André Boto destaca, todavia, a importância da «fase de preparação inicial», para o «sucesso do resultado final».

Após a definição do tema «há uma fase de pesquisa onde se procura o que já foi realizado nesse âmbito, que é importante para saber e também para procurar novas ideias que possam resultar em termos de imagens», diz o fotógrafo.

«A seguir vem a fase de escolher as personagens/figurantes que se enquadrem nas características de cada personagem que vai ser representada. Habitualmente há uma fase de esboço, em que as ideias são apresentadas em reunião e depois segue-se a fase da sessão fotográfica com toda a equipa e figurantes».

«É uma experiência fantástica, muito divertida», diz João Vitorino a propósito da sessão fotográfica da Feira Medieval de Silves.

«O dia da sessão é sempre emocionante, partilhar esses momentos com os restantes figurantes, staff e fotógrafo – que é de um profissionalismo brutal, e nos deixa extremamente à vontade – é uma experiência e um tempo muito bem passado».

Mas retratar um personagem que muitas vezes não se conhece muito e cuja história sabemos dos livros não é um processo fácil. «É desafiante conseguir passar emoções em apenas um frame, sem qualquer suporte de palavras, sons ou gestos», salienta João Vitorino, que diz ter sido esse o seu «maior desafio».

Para Ana Castro, participante em 2016 e 2017, este trabalho é profundamente aliciante. A modelo considera que o fotógrafo «transforma a sessão fotográfica em autênticas obras de arte», pois consegue pôr todos a dar o máximo no que toca à «expressividade e qualidade».

«Adorei participar e estarei sempre disponível para o fazer, pois é um desafio representar um evento grandioso como este. O maior desafio é andar na rua e ver as minhas fotos e pensar: mas eu sou mesmo aquela?», conclui.

A última fase é a mais solitária, já que nela o criativo vai dar forma à imagem final, que nada tem a ver com aquilo que se vê na sessão fotográfica. Esta é a «fase mais demorada e aquela em que todos os planos feitos e imaginados anteriormente ganham forma», explica André Boto.

Naturalmente, a equipa que trabalha neste projeto ajuda o fotógrafo a ter um processo mais fácil de criação. «É sempre um trabalho em equipa», diz André Boto e este ano integraram o grupo de trabalho vários modelos: Bruno Guerreiro (o cristão), António Santos (o muçulmano), Catarina Marreiros (a jovem) e Eduardo Ramos, o músico silvense que, mais uma vez, se associa a este evento, onde também atua todos os anos.

Anita Oliveira (do salão de cabeleireiro Anita, em Silves) realizou, novamente, a caracterização dos personagens – cabelo e maquilhagem.

A cabeleireira formou-se na Alemanha e exerce a profissão há mais de 30 anos, realizando formações constantes, para aperfeiçoamento da técnica e é, também, silvense e voluntária, o que continua a enquadrar-se no espírito de trabalho preconizado. Este ano é, também, um dos rostos da Feira Medieval de Silves, encarnando uma “curandeira”, que com as suas mezinhas trataria dos muitos soldados feridos na conquista.

«Há algo que tenho a destacar que é a chave, não só para este ano, mas para esta relação/parceria ao longo dos últimos anos, que é a confiança/liberdade que tenho vindo a receber por parte do Município de Silves, da presidente da Câmara Rosa Palma, da vereadora Luisa Conduto Luís, e claro, da Coordenadora do Gabinete de Informação e Relações Públicas Sandra Moreira que tem acompanhado de perto todas as edições e fases do trabalho», diz André Boto.

«A estas pessoas e a todas as restantes que direta ou indiretamente fazem parte da nossa equipa, o meu obrigado, pois é com elas que se torna possível colocar em prática ideias diferentes e evoluir ano após ano», diz André Boto.

E, depois de criada a imagem, é mesmo esperar as reações e muitas são as histórias para contar, todas elas divertidas e reveladoras do impacto que este evento tem.

João Vitorino, por exemplo, conta: «Sou residente no Algarve, no concelho de Silves, há apenas seis anos e no meu segundo ano por cá fui imagem da Feira. Sou originário de Lisboa e no início desse Verão recebi várias chamadas e mensagens dos meus amigos de lá, pois estavam a ver-me nos cartazes que foram colocados no metro de Lisboa ou nos pacotes de açúcar nos cafés. Foi uma surpresa muito gira. Em 2017 foram várias as vezes que fui reconhecido na feira e que me pediram para tirar fotografias».

«Quando participei na criação da imagem para a Feira Medieval fui reconhecida nos mupis espalhados pelo concelho de Silves e todas as pessoas me deram um bom feedback, dizendo que as imagens dos cartazes estavam bastante apelativas, bonitas e bem trabalhadas», recorda Raquel Martins, cujo rosto foi um dos mais marcantes do evento.

Ana Castro também revela um episódio curioso: «O meu marido, que faz safaris, durante um passeio à Ria Formosa e ao explorar toda a aquela zona deparou se com um outdoor da Feira Medieval onde estava a minha cara!!! De imediato fez sair todos os turistas do jipe para que vissem a sua esposa naquele outdoor….Claro que ninguém acreditou até que ele foi obrigado a mostrar a nossa foto juntos em casa!»

O “cristão” da imagem da XV Feira Medieval também já tem histórias para contar.

«Fiz a sessão sem que ninguém próximo o soubesse. Quando foi lançada a imagem no Facebook, a minha mãe comentou que o “moço” do cartaz era parecido comigo», revela bem-disposto e ainda conta que o mais engraçado foi que «os amigos aos quais disse que, quanto mais partilhassem, mais dinheiro eu ganhava», acreditaram, apesar de não ser verdade e «partilharam muitíssimo» a imagem deste ano!

«O que me fez aceitar ser imagem da Feira foi o quanto esta me marcou aquando da minha primeira visita e para mim é um dos melhores acontecimentos culturais e lúdicos do Algarve», diz João Vitorino, que se assume como um «fã», que «raramente falta um dia».

Aliás, Bruno Guerreiro também o diz, já que considera que esta é «a melhor feira medieval do país e quem tiver dúvidas visite-nos em Silves, de 10 a 19 Agosto».

Também com o intuito de promover os jovens talentos da comunidade, o spot vídeo da XV Feira Medieval de Silves foi criado e editado por Joana Gomes e Rafael Correia. Ambos são jovens silvenses e têm formação na área do design, do vídeo e da música, tendo já alguns trabalhos feitos quer com músicos algarvios, quer com autarquias.

Rafael Correia é licenciado em Arquitetura pela Universidade Lusíada, em Lisboa em 2005. Desde então dedica-se a esta área profissional, tanto no setor público como privado, com mais de oito anos de experiência no ramo. Em paralelo desenvolve trabalhos nas áreas de Design, Fotografia e Vídeo, sob o cognome Sickonce e na Música, diretamente ligado à Editora Independente Algarvia Kimahera como Produtor (Sickonce) e DJ (Gijoe). Na área do vídeo conta com inúmeros trabalhos, nomeadamente, videoclipes, vídeos promocionais, institucionais e de espetáculo.

Joana Rodrigues Gomes, nascida a 11 de Dezembro de 1983, cresceu e estudou em Silves até à conclusão do Ensino Secundário.

Cresceu, fora do meio urbano e o que chamavam cidade tinha pouca oferta artística e criativa. Primeiro veio o gosto pela pintura pela mão da mãe, mais tarde, na adolescência, o interesse pela música e fotografia. Apesar do forte laço com o mundo artístico, as circunstâncias e influência dos pares levou-a a seguir área de ciências e após o secundário, licenciou-se em enfermagem.

Em 2006 terminou a licenciatura e durante oito anos foi enfermeira. Mantendo sempre um gosto paralelo e um sonho cativo, em 2010 decide que não haveria de adiar o inadiável e iniciou a Licenciatura em Design de Comunicação no ISMAT (Portimão), em 2011 na Etic_Algarve conclui o curso de Design Gráfico. Desde então trabalha como freelancer na área do Design, fotografia e mais recentemente em vídeo, com o alter-ego Camille Leon.

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