O PSD de São Brás de Alportel diz-se «em choque» com o que alega ser um «buraco financeiro nas contas da Feira da Serra». Os social-democratas dizem que a edição de 2017 deste evento teve um prejuízo «de 133 mil euros» e pediram esclarecimentos ao executivo camarário PS sobre estes números.
Contactado pelo Sul Informação, o presidente da Câmara de são Brás de Alportel Vítor Guerreiro nega estes valores, embora admita que possa haver uma diferença «entre o que se gastou e o que se recebeu» em prejuízo da Câmara.
«Não tenho esses valores apurados, neste momento, mas pelo que me recordo não são tão elevados. De qualquer forma, eu considero o dinheiro que a Câmara gasta na Feira da Serra como um investimento importante para dinamizar a economia do concelho. Assim, está longe de ser verdade que tenha dado prejuízo», defendeu Vítor Guerreiro.
«A Feira da Serra é uma grande promoção do concelho e um evento que é muito importante para a economia local. Mesmo que não entre todo o dinheiro que sai, nunca se pode considerar que o dinheiro gasto é prejuízo», defendeu o edil são-brasense.
O PSD, por seu lado, apesar de considerar que este «é um evento emblemático do concelho que se tem de dar força e continuidade», defende que «é necessário torná-lo sustentável».
Tendo isso em conta, exigem «o aumento do custo do bilhete para os não residentes. Não é justo que os são-brasenses estejam a perder dinheiro que podia ser utilizado em investimento no concelho, para realizar uma feira que todos podem usufruir mas que quem realmente paga são os locais», defendem os social-democratas.
O PSD de São Brás de Alportel «exige ainda que seja apurado para onde foi o valor da receita dos bilhetes da Feira da Serra 2017».
«Nas contas existentes, relativamente à venda de bilhetes, figura o valor de 60.725 euros, quando o valor deveria ser de aproximadamente 122.500 euros, pois foi amplamente noticiado pelo executivo socialista da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, que a Feira da Serra 2017 contou com cerca de 35 mil visitantes. Ora, segundo os números divulgados pela autarquia e considerando o custo por pessoa de 3,5 euros, 122.500 euros deveria ser o valor, aproximado, refletido na receita obtida pela venda de bilhetes», enquadraram.
Vítor Guerreiro explicou que os números divulgados pela Câmara do número de visitantes «são aproximados e incluem as crianças com menos de 12 anos, que não pagam, e os convites que são oferecidos às nossas muitas entidades parceiras».
O PSD deu o exemplo da Feira da Serra e das suas contas para exemplificar o que considera «má gestão» por parte do atual executivo.
«Não basta pagar a tempo e horas, essa é a obrigação de qualquer pessoa ou empresa de bem, pagar a quem trabalha. É importante programar, prever e preparar o futuro do concelho e, para isso, para além da exigida transparência (cada vez menor) na atividade camarária, a correta gestão do dinheiro que é de todos os sambrasenses é uma exigência e uma prioridade», defendem os social-democratas.
O presidente da Câmara de São Brás de Alportel garantiu, por seu lado, que o município «financeiramente, está muito bem. Temos uma conta a prazo, onde decidimos colocar 600 mil euros que temos de reserva, por não valer a pena ter este dinheiro disponível, de momento».
Isto porque ainda estão a decorrer a elaboração dos projetos ou as candidaturas em que este dinheiro será investido, disse.
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