Não faltaram nem robôs nem hologramas na Nova Escola de Sagres [com fotos]

A Fortaleza de Sagres voltou a ser uma escola de inovação científica durante dois dias. No sábado e no domingo, […]

A Fortaleza de Sagres voltou a ser uma escola de inovação científica durante dois dias. No sábado e no domingo, dias 7 e 8 de Julho, o monumento algarvio acolheu, pelo segundo ano consecutivo, o evento Nova Escola de Sagres. Desta vez, à tecnologia de outros tempos, juntou-se a dos dias de hoje e não faltaram robôs, impressões em 3D e até hologramas.

O Centro Ciência Viva (CCV) de Lagos voltou a aceitar o desafio lançado pela Direção Regional de Cultura do Algarve (DRCAlg), no âmbito do programa de Dinamização e Valorização dos Monumentos (DiVaM), e mostrou como a ciência pode dar um contributo para a preservação do património.

Nesta segunda edição do Nova Escola de Sagres, a oferta esteve intimamente ligada à questão que serve de tema ao DiVaM deste ano: “Património, que futuro?”.

Assim, houve «pontos em comum» com o evento realizado no ano passado, nomeadamente a réplica de uma caravela que todos podem ajudar a montar – apesar de, no sábado, o vento forte não ter ajudado -, a cartografia e os instrumentos de navegação usados nos Descobrimentos, mas também muitas atividades novas.

«Investimos muito em temáticas e técnicas científicas que preservam o futuro, sejam as coleções, seja a digitalização e impressão 3D de seres vivos, de objetos do património natural, para os poder transportar para o futuro. Temos também a holografia, que é um registo de um momento único, que fica para o futuro», explicou ao Sul Informação Luís Azevedo Rodrigues, diretor do CCV de Lagos.

Miúdos e graúdos tiveram mesmo a oportunidade de interagir com robôs e perceber como são programados. Esta atividade tinha uma componente de mãos na massa, já que uma das pequenas máquinas estava programada para seguir linhas e reconhecia códigos de cores. Assim, qualquer um podia fazer a sua própria pista e ordenar ao robô que acelerasse, parasse, virasse à esquerda ou à direita e, até, que dançasse.

«Este ano também procurámos aumentar e diversificar a oferta. Assim, também apostámos em alguns artistas, nomeadamente no projeto musical Deep:her [G.I. Joe e Emmy Curl] e num espetáculo de música e contos, o “Sons da Palavra”, para acrescentar à ciência essa dimensão das manifestações artísticas, como normalmente são entendidas».

Alexandra Gonçalves diretora Regional de Cultura do Algarve, também passou na Fortaleza de Sagres e gostou do que viu.

«Esta é, talvez, das coisas mais ousadas que nós fazemos na Fortaleza de Sagres. A questão das novas tecnologias cria novas interações com o património, o que traz novos públicos, nomeadamente os mais jovens, que são sempre mais difíceis de atrair», ilustrou, em declarações ao Sul Informação, Alexandra Gonçalves.

«Uma das coisas que correu melhor, na minha opinião, foram as atividades dedicadas às famílias. O pedipaper correu muito bem, apesar de ter havido algum receio, porque este tipo de iniciativas são já algo muito usual. Também a observação astronómica foi um sucesso. O céu estava limpo, repleto de estrelas  e houve uma grande adesão, apesar do frio», disse.

Nova Escola Sagres 2018_Foto Jorge F. Marques CCV de Lagos

Foi a pensar nas famílias, mas também naqueles que visitam a região, que o Centro de Ciência Viva de Lagos decidiu ampliar o evento para três dias e dividi-lo em dois momentos. «No ano passado foram apenas dois dias, um dedicado às escolas, outro dedicado às famílias e turistas. Este ano, decidimos fazer este primeiro momento, de dois dias, para as famílias e para os turistas, porque se justifica, durante a época alta, fazer algo mais orientado a este público», explicou Luís Azevedo Rodrigues.

«Em Outubro, faremos mais um dia, dedicado ao público escolar, porque é o início do ano letivo. Penso que faz todo o sentido dividir este evento em dois momentos», acrescentou.

 

Até porque há já quem vá até à Fortaleza de Sagres de propósito para participar no evento. «Havia muitas pessoas com brochuras do DiVaM, que tinham tido conhecimento do evento através da Direção Regional de Cutura. Mas houve, também, muita gente que veio através da rede de contactos do Ciência Viva de Lagos  ou que souberam através da comunicação social e das redes sociais.

Para o ano, o CCV de Lagos vai sondar os visitantes deste monumentos, nos dias em que decorrer a Nova Escola de Sagres, para perceber qual a motivação da sua visita e como souberam da realização do evento».

Nova Escola Sagres 2018_Foto Jorge F. Marques CCV de Lagos

Certo é que «houve sempre gente a assistir aos espetáculos», bem como forte adesão às demais iniciativas, «que é aquilo que se pretende», concluiu Alexandra Gonçalves.

Entretanto, parte das atividades pensadas para a 2ª Nova Escola de Sagres «vão ser exportadas para as nossas atividades do Centro Ciência Viva de Lagos», revelou Luís Azevedo Rodrigues.

«Fizemos uma filmagem aérea de toda a área da fortaleza, com um drone. Depois, fizemos a digitalização e agora temos um modelo, seja para o mostrarmos às pessoas, num sistema de realidade virtual, ou fazer a impressão em 3D. Em breve poderá ser vista no centro», concluiu.

 

Fotos: Hugo Rodrigues|Sul Informação – Jorge F. Marques|Centro Ciência Viva de Lagos

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