AMAL reúne-se em Aljezur para condenar de novo prospeção de petróleo ao largo do Algarve

Reunião mensal da AMAL teve lugar em Aljezur como forma simbólica de reafirmar a contestação dos autarcas

A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), que integra os 16 municípios algarvios, reuniu-se na passada sexta-feira em Aljezur para dizer «novamente basta à ameaça que teima em comprometer o desenvolvimento de uma região que se quer ambientalmente sustentável e livre do perigo que representa a prospeção de petróleo na costa algarvia».

«Escolher Aljezur para realizar a reunião mensal do Conselho Intermunicipal, órgão que reúne os 16 municípios algarvios, é simbólico e pretende reforçar a união dos autarcas algarvios, que, em uníssono, dizem NÃO à prospeção de petróleo, defendendo as populações e o desenvolvimento económico, social e ambiental da região», salienta aquela entidade em comunicado.

A AMAL foi «desde a primeira hora, e sempre será frontalmente contra um projeto que atenta contra os interesses dos algarvios e de todo o território nacional», acrescenta.
«O desenvolvimento ambientalmente comprometido e sustentado do Algarve não rima com petróleo e as legítimas aspirações dos algarvios não podem estar reféns de um projeto que ameaça séria e perigosamente a região».

No seu comunicado, a AMAL volta a louvar «o trabalho que tem sido desenvolvido pelas várias associações em defesa do ambiente e da economia regional», assim como «saúda todas as vozes que, também desde a primeira hora, se têm manifestado contra a prospeção e a exploração de petróleo no Algarve».

A Comunidade Intermunicipal do Algarve reitera ainda a sua «discordância de fundo e de princípio» em relação à «incompreensível e duvidosa decisão da Agência Portuguesa do Ambiente de dispensar a Eni-GALP da Avaliação de Impacto Ambiental antes da autorização da realização da prospeção», para o furo que deverá começar a ser aberto em Setembro, ao largo da Costa Sudoeste.

«O clamor de toda uma região é um sinal claro da convergência de vontades e de objetivos que forçosamente deverá ser ouvido pelos decisores políticos sob pena de se colocar em risco a viabilidade futura do Turismo, único sector económico que é garante seguro da vida de muitos milhares de famílias e de empresas», salienta a AMAL.

Os autarcas algarvios reunidos em Aljezur frisaram também que «diariamente confrontados com alertas urgentes, à escala global, para a necessidade de adaptarmos as nossas políticas e escolhas às, já bem visíveis, alterações climáticas. O Algarve não pode remar contra esta maré e comprometer o desenvolvimento de um território que tem tudo para ser um bom exemplo e gerador de soluções de futuro».

Por isso, a AMAL reafirma que «irá sempre ser uma voz contestatária a este processo e continuará a assumir a defesa dos interesses da região e dos algarvios».

O presidente da Câmara de Odemira, que desde o início se juntou ao protesto dos seus vizinhos e colegas autarcas algarvios, disse no domingo ao Sul Informação estar a ser preparada, pelas autarquias e por uma ONG de Ambiente, uma ação no Tribunal Europeu, para contestar a mais recente decisão da APA, de isentar o furo de prospeção de Avaliação do Impacte Ambiental.

No entanto, esta possível ação em tribunal não é referida na declaração da AMAL, feita após a reunião em Aljezur.

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