Silves cria duches individualizados para promover privacidade nos balneários das escolas e piscinas

A reestruturação de sanitários nas escolas e nas piscinas municipais do concelho de Silves e a construção de espaços para […]

A reestruturação de sanitários nas escolas e nas piscinas municipais do concelho de Silves e a construção de espaços para duche individualizados, também nas piscinas, são alguns dos resultados da experiência “Privacidade e Equidade: políticas públicas de reorganização de espaços promotores de bem-estar”, que está a ser levada a cabo pela Câmara de Silves, em parceria com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Silves (CPCJ) e o Agrupamento de Escolas Silves-Sul.

«Iniciado em 2016 e em fase de conclusão, este projeto surge de uma aposta da autarquia na educação sexual como forma de prevenir riscos e promover uma sexualidade saudável em crianças e jovens. Na sequência do projeto, que inclui sessões com alunos, alunas, docentes e famílias, verifica-se a importância de se encontrarem estratégias que protejam, no espaço público, a privacidade das pessoas, respeitando a sua individualidade e garantindo o seu bem-estar», explica a autarquia silvense.

Segundo a Câmara, «a exposição do corpo e a gestão da privacidade na partilha de espaços de higiene em espaços públicos foram identificados como temas sensíveis com influência direta na autoestima e na intimidade dos seus utilizadores e das suas utilizadoras. No espaço da escola, durante a puberdade, muitos alunos e muitas alunas, reportam desconforto na exposição do seu corpo (também devido às mudanças e inseguranças que decorrem deste período do desenvolvimento na infância). A ausência de privacidade resulta na recusa de banho após as aulas de educação física, o que condiciona a higiene e a saúde das alunas e dos alunos».

No âmbito do projeto, «após as sessões de educação sexual, identificou-se que esta recusa poderia ser colmatada com a melhoria da oferta dos equipamentos sanitários através da respetiva individualização de espaços que garantissem a privacidade e a intimidade durante os momentos de higiene».

Depois de identificados os problemas «a autarquia, em consonância com as entidades parceiras, desenvolveu esforços no sentido de proceder à alteração dos espaços escolares e do complexo das piscinas municipais, apontado igualmente como espaços de maior vulnerabilidade».

No complexo das piscinas municipais, «devido à heterogeneidade dos utilizadores (patente na frequência diária de 500 utilizadores) foram realizadas obras de individualização das zonas de higiene, e foram construídos dois sanitários que visam, ainda, promover a equidade familiar», adianta a Câmara de Silves.

«Em espaços públicos, as crianças são normalmente assistidas, pela mãe ou por outras cuidadoras, nas casas de banho femininas ou nas novas estruturas infantis unissexo, em que se excluem circunstancialmente os pais. Para incentivar e promover a participação destes aposta-se agora na reorganização destas zonas, construindo-se, em anexo aos sanitários existentes masculinos e femininos, outros, que permitem que os adultos e as adultas que acompanhem as crianças procedam aos seus cuidados de higiene. Esta medida permite, pois, proteger as crianças do contato com adultos desconhecidos ou adultas desconhecidas garantindo que se utilizem os espaços públicos de uma forma mais protegida e mais segura», acrescenta a autarquia.

Após a remodelação dos espaços sanitários públicos foram recolhidas as opiniões dos utilizadores através de questionários de opinião (piscinas) e focus groups (docentes e alunos nas escolas).

De uma formal geral, «verificou-se a melhoria do conforto na utilização dos espaços públicos. As famílias percecionam maior segurança na partilha dos espaços sanitários com menores, e adolescentes e jovens manifestaram maior conforto na utilização dos duches, em especial após as aulas de Educação Física, em que haviam sido apontados vários constrangimentos na partilha destas estruturas», conclui a Câmara de Silves.

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