Lídia Jorge apresenta novo livro em Portimão

“Estuário” é o novo livro de Lídia Jorge e a escritora algarvia vai apresentar a obra esta quinta-feira, 14 de […]

“Estuário” é o novo livro de Lídia Jorge e a escritora algarvia vai apresentar a obra esta quinta-feira, 14 de Junho, às 18h30, na Biblioteca Manuel Teixeira Gomes, em Portimão.

Quatro anos depois de “Os Memoráveis” ter sido apresentado no TEMPO – Teatro Municipal de Portimão e dois anos depois de “O Amor em Lobito Bay” ter sido apresentado na Casa Manuel Teixeira Gomes, a escritora Lídia Jorge estará de novo em Portimão, uma vez mais por iniciativa do Instituto de Cultura Ibero-Atlântica (ICIA), para apresentar, em conversa com João Ventura e com leitura de excertos pelo ator Luís Vicente, o seu novo romance, “Estuário”.

Em comunicado da editora D. Quixote, Lídia Jorge afirmou: «pensei neste livro enquanto escrevia o final de “Os Memoráveis”. Queria escrever a história de uma família que resistia à adversidade, tentando cada um esconder a sua vida privada aos outros».

«Seriam vidas paralelas de resistência e todas elas tinham em comum o facto de serem figuras prometaicas anónimas. Quis que este “Estuário” fosse o símile do local por onde corre o rio das histórias, que se retêm por uns instantes na brancura das páginas, antes de desaparecerem no esquecimento».

Edmundo Galeano é a personagem que protagoniza “Estuário”, um homem, ainda jovem, que viajou pelo mundo em missão humanitária e que regressa à casa paterna com metade da mão direita decepada.

«Regressou com uma experiência para contar e uma recomendação a fazer por escrito e na elaboração desse testemunho passou a ocupar por completo os seus dias», adianta a editora D Quixote.

Contudo, confrontado com «as vicissitudes diárias que desequilibram a grande casa do largo do Corpo Santo [em Lisboa], Edmundo vai-se apercebendo de que as atribulações longínquas mantêm uma relação direta com as batalhas privadas que são travadas a seu lado».

A sua mão direita, desfigurada, «transforma-se numa defesa da invenção literária perante a crueza da realidade», refere, ainda a editora, afirmando que “Estuário” «pertence à categoria dos livros de premonição, através do enlace entre o desenho do futuro e a Literatura».

De acordo com João Ventura, presidente da direção do ICIA, a quem caberá a apresentação do livro, «este novo romance de Lídia Jorge tem a sua marca pessoal de um realismo aberto a outros horizontes estilísticos, como o fantástico e o maravilhoso, de que a autora se serve para olhar o mundo à sua volta e captar o sentimento vivo do quotidiano, interpelando-nos sobre o sentido das nossas próprias vidas num mundo, segundo a autora, em sobressalto apocalítico».

Como se este “Estuário” – acrescenta João Ventura -, «tal como as águas do rio que correm para o mar, fosse o espaço de confluência entre ficção e realidade onde a autora questiona o mundo».

Lídia Jorge estreou-se com “O Dia dos Prodígios” (1980), onde aborda o período inaugural após a revolução de 1974. A bibliografia da autora, nascida há 71 anos em Boliqueime, no Algarve, inclui títulos nas áreas do romance, conto, ensaio e teatro.

A autora tem sido distinguida com diferentes prémios, entre eles o da Latinidade, pelo conjunto da sua obra, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, em 2002, como “O Vento Assobia nas Gruas”, que lhe valeu também o Prémio Correntes d’Escritas, em 2004, e o Prémio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora, em 2015, pelo conjunto da sua obra.

Em 2006 venceu a primeira edição do Prémio Albatroz, da Fundação Günter Grass e, em 2015, o Grande Prémio Luso-Espanhol de Cultura, atribuído pelos Governos de Portugal e de Espanha.

Lídia Jorge também foi, em 2016, galardoada com a medalha de honra de Loulé. 

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