Drone ajuda Bombeiros de Lagoa a encontrar vítimas nas falésias e a vigiar fogos

Um drone para chegar onde os bombeiros têm dificuldade em chegar, seja nas arribas do concelho, seja em fogos florestais […]

O drone a voar frente ao quartel – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Um drone para chegar onde os bombeiros têm dificuldade em chegar, seja nas arribas do concelho, seja em fogos florestais e noutras situações de emergência, é a mais recente aquisição dos Bombeiros Voluntários de Lagoa.

O drone e uma nova ambulância, representando um investimento de cerca de 70 mil euros, foram atribuídos pela Câmara Municipal de Lagoa, com base no protocolo entre a autarquia, os Bombeiros Voluntários e a Proteção Civil.

Francisco Martins, presidente da Câmara de Lagoa, que assistiu à cerimónia de entrega de ambos os equipamentos, salientou que o protocolo, que tem vindo a ser «reforçado todos os anos», atinge cerca de meio milhão de euros, atribuídos pelo Orçamento Municipal.

O edil acrescentou que, depois da atribuição de um carro de fogo, «esta é quarta ambulância entregue pelo município àquela corporação». O apoio aos Bombeiros lagoenses, salientou o autarca, é «uma obrigação legal, mas também moral».

 

Francisco Martins e Joaquim Lima, presidentes da Câmara e dos BVL, respetivamente, a ver a nova ambulância – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

Joaquim Lima, presidente da Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagoa, por seu lado, revelou que a nova ambulância é «do melhor que há em termos de emergência médica».

Vem colmatar duas situações: a ausência da viatura do INEM, atribuída a corporação desde 9 de Janeiro, mas que se encontra em oficina a aguardar reparação, e a falta de uma outra viatura, há três meses na oficina, «com uma avaria complicada».

«Temos três carros – este vai ser o quarto – para socorrer, de imediato, nunca descurando o concelho, para o qual fica sempre reservada uma viatura», explicou Joaquim Lima.

Mas a estrela da tarde foi mesmo o drone, que em breve será operado por dois bombeiros, que receberão formação dada por Bruno Gonçalves, técnico superior da Câmara de Lagoa e especialista, a título privado, na utilização destes aparelhos.

Trata-se de um drone de reconhecimento, que tem um alcance até quatro quilómetros e pode atingir uma altitude de 120 metros, o máximo permitido por lei. Vai permitir ir mais longe em situações de fogos florestais e despiste de falsas suspeitas em locais onde os riscos para os bombeiros são elevados.

«Está mais dimensionado para assistir os acidentes que acontecem nas nossas falésias, em furnas e áreas de difícil acesso e, muitas vezes, sem a certeza de que a vítima esteja de facto no local», disse o presidente da Câmara. «Os soldados da paz são muitas vezes colocados em risco sem ter esta certeza. É, por isso, um meio complementar que pode ajudar, uma vez que a sua existência permitirá avaliar a vítima e assisti-la com mais rapidez», sublinhou Francisco Martins.

Vítor Rio Alves, comandante dos Bombeiros de Lagoa, explicou ao Sul Informação que o drone poderá ser utilizado naquelas situações em que, «em vez de ser um bombeiro a descer uma falésia, para fazer o reconhecimento de uma situação que pode até ser apenas falso alarme», passará a ser usado o aparelho.

O comandante Vítor Rio Alves e o presidente Francisco Martins avaliam as imagens geradas pelo drone – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Mas também em outras situações de emergência, nomeadamente em fogos, o drone poderá ser muito útil. «O drone permite-nos fazer logo a avaliação. No terreno, num incêndio, teremos acesso a imagens em tempo real. E assim, quando formos para um local, saberemos ao que vamos, ao contrário do que acontece agora», acrescentou o comandante.

Vítor Rio Alves acrescentou que os Bombeiros de Lagoa, apesar de servirem um concelho de área pequena, prestam 300 a 320 serviços de emergência e socorro por mês, num total de cerca de 4000 por ano.

É que, além de a sua missão não se confinar às fronteiras de Lagoa, o concelho é também atravessado por estradas importantes, como a EN125 e a Via do Infante, onde são frequentes as necessidades de socorro.

Por isso, sublinhou o comandante, apesar de todo o esforço da autarquia, há sempre a necessidade de novas viaturas. Neste momento, «precisamos de mais uma viatura de desencarceramento».

E depois há as outras viaturas, que têm um limite de cinco anos de circulação, de acordo com a legislação. O presidente da Câmara Francisco Martins anunciou a intenção de substituir essas viaturas da corporação. Uma delas, revelou, deverá mesmo ser oferecida ao município de São Domingos, em Cabo Verde, com o qual Lagoa está geminada.

«Há carros de transporte diário de doentes para hemodiálise e fisioterapia que começam a trabalhar às seis da manhã e terminam à meia-noite. São carros com oito, nove anos e têm 600, 700 mil quilómetros…», referiu o comandante dos BVL e responsável pela Proteção Civil.

Os Bombeiros Voluntários de Lagoa dispõem atualmente de 52 trabalhadores e 27 viaturas operacionais, das quais 14 ambulâncias, quatro carros de fogo e dois autotanques, dois jipes de comando, dois carros de desencarceramento, um jipe de salvamento e dois barcos.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

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