O Farense até tem uma história escrita ao longo de 108 anos, mas este domingo foi como se voltasse «a nascer, após uma luta terrível». O dia da subida à II Liga foi «um momento notável na história deste belo clube» e os jogadores, staff e direção tiveram direito a uma homenagem na Câmara de Faro, um dia depois do feito alcançado.
O Salão Nobre dos Paços do Concelho recebeu a comitiva do Farense, com a presença de todo o executivo municipal, numa cerimónia em que houve alegria, sorrisos e muitos aplausos.
António Correia, presidente do Sporting Clube Farense, não hesitou mesmo em afirmar que, com a subida de divisão, «voltámos a nascer do nada, após uma luta terrível», falando de um «dia que ficará na história de todos nós».
Mas, para o dirigente, há que pensar em voos mais altos. «Esta é a hora de gritar que não vamos ficar por aqui. Vamos continuar a lutar e a trabalhar para colocar o Farense na I Liga», disse António Correia, motivando um aplauso geral da plateia.
Quem também se mostrou muito orgulhoso foi Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, ao falar de «uma ótima jornada, fruto de alguns anos de trabalho. O Farense já esteve muito em baixo, mas fez uma recuperação muito positiva e isso permite-nos estar aqui com confiança em relação ao futuro», disse, aos jornalistas.
Futuro esse que passa pelo regresso à I Liga já daqui a duas temporadas? O edil não escondeu o desejo e a «vontade que o Farense volte à I Divisão», mas também disse que é preciso «ter os pés bem assentes na terra».
Quanto ao apoio da autarquia ao clube, Rogério Bacalhau garantiu que a Câmara «não se pode alhear de apoiar as suas instituições» e, também por isso, está a «tentar recuperar o campo da pista de atletismo e a construir, em conjunto com Loulé, três campos de treinos no Estádio Algarve» para que o Farense tenha mais locais para treinar.
O veterano Neca, capitão de equipa e figura chave para a subida de divisão, foi um dos mais aplaudidos da cerimónia, em que todos os jogadores receberam um diploma e uma medalha da Câmara Municipal. Aos 38 anos, o jogador internacional português não escondeu o «orgulho» por este feito.
«Todos nós, no início, sentíamos que iríamos fazer história. Sem dúvida que trabalhámos muito e bem ao longo da época, unidos como uma família», disse.
Agora, a equipa algarvia parte para o Jamor com o objetivo de conquistar o título de campeão do Campeonato de Portugal. «As finais são para se ganhar. Vamos fazer tudo para trazer a taça para Faro», garantiu.
Rui Duarte, treinador do Farense, não podia estar mais de acordo. «O objetivo foi alcançado e conseguimos chegar com muito mérito até ele, mas obviamente que, para nós, seria quase frustrante subir em 2º. Somos ambiciosos, esta equipa já mostrou que é muito competente e competitiva e vamos encarar o jogo no Jamor para ganhar», referiu.
Quanto à continuidade, o treinador disse que agora é tempo de «ter calma», até porque se avizinha «um jogo importante».
A festa da subida, que começou ontem e durou até hoje, termina aqui, mas no próximo dia 10 de Junho poderá repetir-se, se o Farense bater o Mafra, em pleno Estádio do Jamor, palco onde este histórico do futebol português já disputou, em 1990, uma final da Taça de Portugal.
Fotos: Gonçalo Dourado | Sul Informação
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