A nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Companheira, em Portimão, hoje inaugurada pelo ministro do Ambiente, já está a funcionar, mas ainda levará alguns dias a entrar em velocidade de cruzeiro…e a acabar com os maus cheiros.
A obra, que substitui a ETAR por lagunagem a funcionar desde 1982, representa um investimento de 13,8 milhões de euros, estando dimensionada para tratar um caudal médio de cerca de 32 mil metros cúbicos de efluentes por dia, servindo uma população de perto de 140 mil habitantes-equivalentes, nos concelhos de Portimão, Silves e Monchique.
Esta ETAR, salientou o ministro do Ambiente, fica preparada para responder «às maiores exigências, em termos de qualidade ambiental, feitas quer por quem mora na região, quer por quem nos visita».
Por isso, salientou Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, «este é um dia muito feliz para Portimão, para o Ambiente e para a qualidade de vida das pessoas». «Temos um rio com cada vez mais qualidade e cada vez menos poluído, de tal forma que, dentro de alguns anos, quase poderemos beber a água do Arade», salientou a autarca.
Joaquim Peres, presidente da empresa Águas do Algarve, por seu lado, sublinhou a sua satisfação por ter sido «possível cumprir toda esta tarefa, no prazo contratado», o que, garantiu, «não foi fácil».
«Uma obra destas, construída nestes maciços cársicos, revelou-nos algumas surpresas», recordou Joaquim Peres, como a caverna com vestígios do Homem de Neandertal, de há cerca de 40 mil anos, ou, nas suas palavras, «o geoespaço anteriormente ocupado por outras pessoas», que deixaram «vestígios arqueológicos».
A nova ETAR, porém, teve o «cuidado de deixar que essas marcas permanecessem», já que tudo está «preservado», tendo sido mesmo criadas condições para que essas «geoestruturas possam ser visitadas e estudadas».
João Nuno Mendes, presidente do Grupo Águas de Portugal, frisou que as duas novas ETARs do Algarve – a da Companheira, hoje inaugurada, e a de Faro/Olhão, em construção – estão «no top 3 dos investimentos atuais» do seu grupo, em todo o país.
Quando estiverem ambas a funcionar, «estas duas ETARs representam um quinto de todo o sistema de saneamento do Algarve», disse ainda aquele responsável.
A nova ETAR da Companheira faz parte do subsistema de saneamento com o mesmo nome, no concelho de Portimão, que integra cerca de 53 quilómetros de intercetores e emissários, incluindo perto de 10 quilómetros de túnel intercetor e 24 estações elevatórias.
Em fase de conclusão, estão ainda, neste município, cerca de 20 quilómetros de intercetores, bem como três outras estações elevatórias.
O projeto da nova ETAR, cofinanciado por fundos comunitários no âmbito do Programa de Sustentabilidade e eficiência do Uso dos Recursos (POSEUR), integra também a requalificação ambiental da área de intervenção, nomeadamente o enquadramento e recuperação paisagística dos cerca de 38 mil metros quadrados de terreno de implantação da ETAR – terreno esse garantido pela Câmara Municipal de Portimão – incluindo edifícios, equipamentos, arruamentos e áreas verdes.
Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação
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