O Ministério do Ambiente vai entregar 800 mil euros aos municípios algarvios em cujo litoral a tempestade Ema provocou estragos, no final do mês de Fevereiro.
O ministro do Ambiente João Matos Fernandes esteve esta terça-feira em Portimão para presidir à assinatura de um protocolo entre a Agência Portuguesa do Ambiente, o Fundo Ambiental e a Câmara de Portimão, que irá receber 65 mil euros para reparação dos estragos, sobretudo em passadiços e outras estruturas públicas que foram afetadas.
Segundo João Matos Fernandes, o município que irá receber a verba mais avultada para fazer face aos prejuízos causados pelos temporais é o de Olhão, para o qual estão destinados cerca de 220 mil euros.
Já no caso de Faro, onde a Câmara anunciou prejuízos acima dos 400 mil euros, de acordo com o despacho do ministro publicado a 29 de Março, o Governo atribuiu 193 mil euros, para a mobilização de areia e reparação de passadiços, na praia de Faro.
Na sua última visita ao Algarve, o membro do Governo convidou o presidente da Câmara de Faro a indicar aquilo que não estava no levantamento que o Ministério tinha feito, «pois certamente ele terá razão, e vamos avaliar logo a seguir». No entanto, a avaliação não coincidiu e a capital recebe menos de metade do valor avaliado pela autarquia.
Albufeira (130 mil euros), Loulé (52 mil euros), Tavira (58 mil euros), Lagoa (47 mil), Vila Real de Santo António (26 mil) e Silves (6800 euros) são os restantes concelhos do Algarve que vão receber verbas do Fundo Ambiental, para reparar os danos provocados pelo mau tempo. As verbas destinam-se, na sua grande maioria, à reparação de passadiços e acessos em várias praias e à reposição de areias.
O apoio agora anunciado é bem superior às estimativas iniciais de João Matos Fernandes, que esteve na região há cerca de duas semanas para ver in loco a destruição causada pelas tempestades que assolaram a região, no final de Fevereiro e nos primeiros dias de Março. Na altura, o membro do Governo também esteve em Portimão, tendo visitado, ainda, a Fuzeta, no concelho de Olhão, e a Praia de Faro. Nesse dia, a ideia do ministro era que os prejuízos rondassem os 250 mil euros.
Os 800 mil euros agora anunciados para o Algarve, que fazem parte de um bolo de 1,4 milhões de euros, a distribuir por 25 municípios de todo o país, foram apurados na sequência do levantamento que foi feito pelas autarquias e enviado à tutela, a pedido de Matos Fernandes, que esteve reunido com os presidentes de Câmara do Algarve no mesmo dia em que visitou as áreas afetadas.
«Parte deste dinheiro que será entregue às autarquias já foi gasto, porque as Câmaras já começaram a trabalhar. Não tenho dúvidas que as obras estarão todas concluídas a tempo do Verão. Há até alguns casos em que as intervenções ficaram prontas para o fim-de-semana de Páscoa», disse João Matos Fernandes.
As obras estão a ser realizadas pelas autarquias e a fiscalização está a cargo da APA. E só há dinheiro «para infraestruturas públicas, pois os senhores dos apoios de praia sabem onde estão e os riscos que correm».
João Matos Fernandes garantiu, por outro lado, que os estragos «não foram de grande monta», tendo afetado sobretudo «passadiços e passeios junto à costa», reforçando a ideia que já tinha deixado há duas semanas: a tempestade Ema levou areia, mas as que se seguiram, Félix e Gisele, «repuseram parte dessa areia nas praias».
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