32 equipas olímpicas de vela estagiam em Vilamoura de olhos postos em Tóquio

Vêm de Espanha, de França, Itália, mas também da Noruega, Suécia e Omã, diretamente para o Algarve. 32 equipas olímpicas […]

Vêm de Espanha, de França, Itália, mas também da Noruega, Suécia e Omã, diretamente para o Algarve. 32 equipas olímpicas de vela já escolheram Vilamoura para fazer os estágios de preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020.

Tem pouco mais de um ano de atividade, mas a verdade é que o Centro Internacional de Alto Rendimento para Vela, o “Vilamoura Sailing”, já é um sucesso, comprovado por esta escolha das equipas olímpicas.

Nuno Reis é o mentor do projeto e explicou, numa conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, 18 de Abril, que, durante este «ano de atividade, houve todo um trabalho de captação das equipas olímpicas, maioritariamente do Norte da Europa e Ásia».

No total, de Outubro de 2017 a Março deste ano, estiveram em Vilamoura 33 equipas. Dessas, 32 vão voltar já em Outubro próximo. E o que é preponderante para que se consiga atrair tantos atletas de topo?

Além de um conjunto de serviços que é prestado, como marcação no apoio ao alojamento ou acompanhamento médico, as «próprias condições de mar, vento e de capacidade de treino recorrente são em tudo similares» às que os atletas vão «encontrar em Tóquio», explicou Nuno Reis.

Isto é de tal forma verdade que, revelou o responsável, o Centro, que tem capacidade para 250 atletas, já está lotado para a temporada 2018/2019, cujos estágios se realizam sempre de Outubro a Março, época baixa do turismo.

Nuno Reis a falar
Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

«Estamos a criar condições para aumentar a capacidade. Estamos a alargar serviços, a construir um ginásio dentro das instalações da marina e a alargar o parqueamento dos barcos e carros». O objetivo é que, até ao fim deste ano, o Centro ganhe condições para receber 300 atletas e não 250.

Nuno Reis não tem dúvidas: a vela é uma atividade que está a gerar «bastante riqueza» no Algarve. Os números dizem que, de Outubro do ano passado a Março deste ano, a permanência das equipas de vela internacionais originou mais de 44 mil dormidas e 90 mil refeições, num impacto económico de cerca de 4,3 milhões de euros.

É que, durante este período, passaram pelo “Vilamoura Sailing” equipas de 30 nacionalidades, num total de 270 velejadores e 40 técnicos das classes de 49er, 49er FX, Nacra 17 e Laser, entre outras. E até houve «situações curiosas», como contou Nuno Reis.

Dois técnicos ficaram de tal maneira bem impressionados que «já decidiram mudar-se para cá e viver em Portugal», disse, sorridente.

Mas a atividade deste Centro de Alto Rendimento não se esgota nos estágios. Em 2017/2018, por exemplo, realizou-se o Algarve Dragon Winter Cup, um torneio repartido por cinco campeonatos, que reuniu participantes de mais de 10 nacionalidades da classe Dragão, uma das mais dispendiosas e prestigiantes classes de vela ligeira.

Já daqui a três meses terá lugar o Snipe World Masters que trará a Vilamoura os mais prestigiados velejadores desta classe. Entre 24 e 30 de Junho, este mundial conta atrair centenas de pessoas ao Algarve.

Este é campeonato especial porque é destinado apenas a atletas com mais de 45 anos e quase parece não haver limites de idade. Da Argentina, por exemplo, virá um velejador de 82 anos. Como o escalão etário é mais elevado, esta é uma prova onde os atletas «procuraram muita atividade social. Acho que a hotelaria e a restauração vão ter acréscimo de trabalho», garantiu Nuno Reis.

Já em Dezembro, vai decorrer a 1ª etapa do Short Course World Championship, que envolverá as classes 49er, 49er FX e Nacra 17.

José Miguel, presidente do Conselho de Administração da Inframoura, Isolete Correia, Nuno Reis, Desidério Silva, Pedro Pimpão e Telmo Pinto
Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

Em 2019, Vilamoura tem também já confirmada a organização do Campeonato do Mundo da Classe 420, a mais importante classe de vela pré-olímpica.

Isolete Correia, diretora da Marina de Vilamoura, uma das parceiras deste projeto, em conjunto com a Região de Turismo do Algarve (RTA) e a Câmara de Loulé, disse, nesta conferência de imprensa, que, a vinda de todos estes atletas à região ajuda a «quebrar a sazonalidade».

A ideia foi corroborada por Desidério Silva, presidente da RTA. Já Pedro Pimpão, vice-presidente da Câmara de Loulé, garantiu que a autarquia «defende tudo o que seja desenvolvimento sustentável do território», dando como exemplo a questão da vela.

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