PSD/Faro considera «ridículo e insultuoso» nível de apoio do Governo aos estragos causados pelos tornados

O PSD de Faro considera «ridículo e insultuoso» o envelope financeiro que o Governo disponibilizou para dar resposta aos estragos […]

O PSD de Faro considera «ridículo e insultuoso» o envelope financeiro que o Governo disponibilizou para dar resposta aos estragos causados pelos tornados que atingiram o concelho. Os social-democratas acusam o Governo de «atirar para cima dos farenses a responsabilidade de reparar danos para os quais não concorreram».

A reação surge um dia depois da vinda do ministro do Ambiente à região, para visitar algumas das zonas do litoral mais afetadas pelo tornados. No périplo, passou pela Praia de Faro, mas as palavras que deixou ao presidente da Câmara, o social-democrata Rogério Bacalhau, não agradaram o PSD local.

Em causa a estimativa de 250 mil euros feita pelo ministro João Matos Fernandes, para fazer face às intervenções mais urgentes, na linha de costa, em toda a região.

«Ora, só em Faro, único município capaz de apresentar um caderno de encargos da destruição causada pelas tempestades Ema, Félix e Gisele, estão contabilizados mais de 7 milhões de euros, meio milhão dos quais para recuperação urgente de passadiços, equipamentos e acessos à Praia de Faro», asseguram.

Após a sua visita, João Matos Fernandes pediu aos autarcas que enviassem ao Governo a sua contabilização dos estragos. «Temos até à próxima terça-feira para que a Câmara de Faro nos faça chegar as coisas que não estão ainda no nosso levantamento, pois certamente ele terá razão, e vamos avaliar logo a seguir», disse o ministro do Ambiente.

Os social-democratas consideram, ainda que «este envelope financeiro, ridículo e insultuoso, põe de parte a hipótese de se efetuarem as intervenções estruturais necessárias à estabilização da duna e do areal, que tão afetados ficaram com a agitação marítima».

No final de uma reunião com os presidentes de Câmara dos concelhos afetados, o ministro do Ambiente garantiu que combinou um novo encontro com os autarcas algarvios «para discutir a questão da reposição das areias numa maior dimensão e com intervenções de maior fôlego».

«A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) está a acompanhar esta questão. É verdade que a tempestade Félix já repôs alguma areia. Há aqui uma unanimidade quanto ao facto de já ter sido reposto um metro de areia nas praias e contamos que esta depressão que nos está a afetar deverá trazer mais meio metro», segundo João Matos Fernandes.

Garantias que parecem não convencer o PSD de Faro, que lembra que o Presidente da República, na visita que fez a Faro na sequência dos tornados, defendeu que «se justificavam medidas de exceção».

«Mas a verdade é que o Governo não soube ou não quis interpretar as palavras do mais alto magistrado da nação nem os apelos da Câmara Municipal e da sociedade civil farense», dizem.

Também insatisfatória, na visão do PSD, foi a visita da secretária de Estado da Habitação a Faro, onde Ana Pinho «se limitou a apresentar os programas da “nova política de habitação”, que só entram em vigor para o Verão e que não dispõem de dotação orçamental definida, não sendo portanto minimamente adequados a situações de emergência como a que se verificou».

«Perante tão desoladora resposta, o PSD de Faro não pode deixar de exprimir publicamente a sua revolta pelo que considera um total desinteresse e até um desrespeito do Governo para com os algarvios e para com os farenses muito em particular, neste lamentável dossier», concluíram os social-democratas.

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