Festival de Caminhadas do Ameixial de 2018 aposta na inclusão e na internacionalização

Um evento mais inclusivo, onde todos possam desfrutar das belezas que a freguesia do Ameixial, no interior de Loulé, tem […]

Um evento mais inclusivo, onde todos possam desfrutar das belezas que a freguesia do Ameixial, no interior de Loulé, tem para oferecer, e uma parceria inédita com unidades hoteleiras da região, para que sejam, cada vez mais, os turistas a subir a serra, para participar no festival de caminhadas “Walking Festival Ameixial” (WFA), que vai decorrer de 27 a 29 de Abril.

Estas, aliadas a uma aposta ainda mais aprofundada nas ofertas para famílias, são as grandes premissas da sexta edição desta iniciativa organizada pela cooperativa QRER (Projeto Querença), que pretende promover as potencialidades do interior do Algarve enquanto destino turístico de caminhadas, mas também as riquezas da Serra do Caldeirão, como a gastronomia local e o muito património cultural ali existente, com a Escrita do Sudoeste como principal bandeira.

«Em 2018, vamos ter mais caminhadas dirigidas a um público com mobilidade reduzida. No ano passado, já tivemos uma primeira experiência com a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO). Este ano, também vamos ter um passeio de cadeiras de roda na serra», revelou ao Sul Informação João Ministro, da empresa ProActiveTur, uma das entidades envolvidas na organização do evento.

Ao todo, estão previstas três caminhadas inclusivas, dedicadas não só a cegos e a pessoas com mobilidade reduzida, mas também a seniores.

No campo da internacionalização, os organizadores do WFA vão trabalhar em duas frentes. Por um lado, vão procurar atrair ao Ameixial turistas que já estejam na região, proporcionando transporte gratuito a partir de Loulé até à aldeia que acolhe o festival, em articulação com unidades hoteleiras da região, «com paragens estratégicas em Querença, Barranco do Velho e Cortelha».

«A grande fatia dos participantes são portugueses vindos de Lisboa, do Alentejo e , claro, do Algarve. Mas gostávamos de ter cada vez mais estrangeiros. Assim, vamos reforçar o sistema de transporte, com autocarros a sair de Loulé, de manhã, para o Ameixial e a voltarem ao final da tarde», disse João Ministro.

«Pela primeira vez, serão realizadas caminhadas exclusivamente em língua estrangeira para os turistas e residentes estrangeiros», acrescenta a organização do festival.

Outra maneira de levar o nome do WFA mais longe é através de parcerias com eventos similares, realizados noutros países. «Estamos em contacto com Cabo Verde para a criação de um possível festival. Também iremos receber pessoas vindas dos Pirinéus e temos vindo a falar com uma pessoa de um festival de caminhadas na Suécia. A rede vai crescendo», disse.

Os responsáveis pelo WFA apostaram, igualmente, numa aproximação à Pampilhosa da Serra, concelho que acolhe um festival de caminhadas e foi muito fustigado pelos incêndios florestais, no Verão. «Vamos dar apoio, divulgar o festival e promovê-lo como forma de contribuir, para que as pessoas vão lá e ajudem», contou João Ministro.

Há mesmo a possibilidade de ser promovida uma ação de reflorestação no centro do país, com dinheiro que será angariado para esse fim, à semelhança do que aconteceu no ano passado.

As famílias, que tem sido bons clientes do festival algarvio, não foram esquecidas. «Será feita uma aposta mais forte em atividades para famílias e crianças. No ano passado, já tínhamos um espaço kids, que este ano será reforçado com mais atividades. Sentimos que era uma área que as pessoas procuram e gostam e vamos ter mais caminhadas a pensar neste público», revelou o responsável pela ProActiveTur.

A cultura, o património e a gastronomia são outros valores associados ao evento, que se refletem na oferta de caminhadas e nas ações que são promovidas. A Escrita do Sudoeste, um legado deste território com mais de dois milénios e a mais antiga escrita da Península Ibérica, voltará a estar em destaque e a ser a base de “Intervenções na Paisagem”, a ser realizadas por um artista convidado.

Ainda no campo cultural, a Universidade do Algarve vai promover uma caminhada literária. «As  professoras responsáveis já fizeram uma em Alte. É um percurso dentro da aldeia, com partes em que se pára para ler excertos de textos e poemas de vários autores», segundo João Ministro.

«No domingo, vamos ter umas jornadas sobre a valorização da bolota. Vamos convidar um especialista e fazer um pequeno passeio à volta deste fruto. Depois discutiremos o potencial deste produto e iremos promover um workshop de como fazer pão com bolota», revelou.

Uma caminhada de dez horas entre Loulé e o Ameixial e uma saída que alia «um passeio e uma parte de canoagem, no Vascão, pela primeira vez» são outras das iniciativas previstas.

Também novidade, é a inclusão do festival na Algarve Walking Season, uma iniciativa lançada este ano e que une os festivais de caminhadas do Ameixial, de Alcoutim e o que a associação Almargem irá lançar este ano em Lagos.

As inscrições para as diferentes atividades do festival já estão abertas e podem ser feitas no site do evento. Aqui, também pode ser encontrada informação detalhada sobre as caminhadas, atividades, alojamento, refeições e transporte. A participação no festival tem um valor simbólico de 6 euros por participante, com entrada gratuita para crianças até aos 12 anos.

O WFA é organizado pela Cooperativa QRER, com o apoio da Região de Turismo do Algarve, Câmara Municipal de Loulé, Junta de freguesia de Ameixial, Proactivetur e Projecto Estela.

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