Restauro do portal principal da antiga Sé de Silves já está concluído

O portal principal, em pedra, da antiga Sé de Silves, já está «totalmente» recuperado, após uma intervenção de conservação e […]

Portal da Sé de Silves após as obras de conservação – Foto: © DRCAlg/C. Farias, 2018

O portal principal, em pedra, da antiga Sé de Silves, já está «totalmente» recuperado, após uma intervenção de conservação e restauro neste monumento nacional, anunciou hoje a Direção Regional de Cultura, promotora da obra.

A empreitada, que contou sempre com o «acompanhamento interessado» da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e da Câmara Municipal de Silves, incluiu o portal, o varandim exterior e os pináculos.

Foi feito o «reposicionamento e consolidação das aduelas nas arquivoltas do portal (cuja instabilidade apresentava perigo para o património e para as pessoas), a limpeza de todas as pedras de silharia e juntas e o refechamento destas», bem como «a pintura das portas em madeira do acesso principal à igreja e do vão que comunicava o varandim exterior com o antigo coro alto».

A operação, a cargo da empresa Samthiago, Conservação e Restauro, foi efetuada no âmbito do Programa Operacional CRESC Algarve 2020, numa candidatura ao Eixo Prioritário 4 – Reforçar a Competitividade do Território, PI-6.3 – Conservação, Proteção, Promoção e Desenvolvimento do Património Cultural Natural, com um investimento total no valor de 72.910 euros, beneficiando de um financiamento de 60% do FEDER.

A intervenção foi desenvolvida em três fases: foi primeiro realizado um estudo de diagnóstico, encomendado pela Direção Regional de Cultura do Algarve à empresa IN SITU, Conservação de Bens Culturais, no qual foram identificadas as patologias da pedra, nomeadamente colonização biológica, pátina, zonas com erosão, elementos a reintegrar, infestação de vegetação e patologias estruturais (desligamentos, fraturas, fissuras, fendas na estrutura e lacunas volumétricas);

De seguida, efetuou-se a caraterização dos sais que provocavam a erosão, a lascagem, a desagregação observadas na pedra do portal – calcários dolomíticos de Silves –, um estudo encomendado pela Direção Regional à empresa PENTA, Património Cultural, «cujos resultados permitiram programar uma intervenção consciente e adequada, quer ao nível dos materiais quer das técnicas a adotar».

Finalmente, após concurso, a execução das obras foi adjudicada à Samthiago, Conservação e Restauro pelo valor de 52.635 euros, ficando a fiscalização da empreitada a cargo da empresa Procontrol, Projetos e Fiscalização, sendo a monitorização e controlo efetuadas pela equipa técnica da Direção de Serviços dos Bens Culturais da Direção Regional de Cultura do Algarve.

Em simultâneo, a Câmara Municipal de Silves promoveu a retificação das drenagens das águas pluviais do lado norte da antiga Sé, cujos defeitos eram a causa de muitas das patologias observadas na silharia do portal.

«Além dos melhoramentos no imóvel e na segurança dos seus utentes, espera-se que esta intervenção contribua para o aumento das visitas ao monumento, que anualmente ultrapassam já as 45.000, trazendo benefícios para a economia local e contribuindo para a sustentabilidade de uso da antiga Sé», salienta a Direção Regional.

Trata-se de «um dos mais relevantes edifícios monumentais do Algarve, não só devido à sua plena compatibilidade com a fruição turística e religiosa, mas também por se tratar de um edifício que – apesar das posteriores alterações e acrescentos, nomeadamente com uma interessantes exemplares de talha e imaginária – conserva a sua essência claramente gótica, que remonta maioritariamente ao século XV e é contemporânea da primeira globalização comercial da Época Moderna, tendo como particularidade os materiais utilizados na sua construção: o arenito vermelho e os calcários dolomíticos de Silves».

 

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