Escola João da Rosa de Olhão já tem elevador e a Carolina agradece

Até há bem pouco tempo, a Carolina tinha o acesso a boa parte da Escola Básica (EB) 2,3 João da […]

Até há bem pouco tempo, a Carolina tinha o acesso a boa parte da Escola Básica (EB) 2,3 João da Rosa, em Olhão, vedado. Mas, graças a um elevador que foi instalado na escola e oficialmente inaugurado esta sexta-feira, esta aluna do 5º ano, que se desloca numa cadeira de rodas, vai passar a poder subir confortavelmente ao 1º piso do estabelecimento.

A Delegação Regional de Educação e a Câmara e Olhão uniram esforços para instalar um elevador que possa dar resposta às necessidades de Carolina, bem como de outros alunos e funcionários com mobilidade reduzida que possam vir a pertencer a esta comunidade escolar.

O investimento ascendeu aos 30 mil euros, com o Ministério da Educação, através da sua delegação algarvia, a garantir dois terços do financiamento da obra, cerca de 20 mil euros, e a autarquia olhanense a entrar com o restante montante.

A Carolina não pode estar presente na inauguração, por motivos de saúde, mas já o encontrará totalmente funcional quando regressar às aulas. E até nem será a primeira vez que nele entrará, uma vez que já tinha sido convidada a experimentá-lo.

Este elevador foi construído a pensar especificamente nesta aluna, que chegou à João da Rosa no início deste ano letivo. O 1º ciclo foi concluído na escola da Cavalinha, do mesmo agrupamento, que também sofreu obras de adaptação há alguns anos, nomeadamente a instalação de uma cadeira na escadaria que dá acesso ao refeitório daquele estabelecimento.

Desta vez, a opção foi pela construção de um elevador, uma solução «melhor» e cujo custo «era similar», segundo Luís Felício, diretor do Agrupamento de Escolas João da Rosa.

Como explicou ao Sul Informação o responsável máximo pelo estabelecimento de ensino, o 1º piso da escola é o local onde se concentram a larga maioria das salas de aula e é, igualmente, onde se encontra a biblioteca e os laboratórios. Ou seja, o facto de Carolina não poder aceder a este andar do edifício sem ajuda transtornava a sua vida escolar.

«O facto da Carolina poder aceder a todos os espaços da escola, como os demais alunos, dá-nos uma satisfação enorme», assegurou Luís Felício.

Luís Felício

«Este processo acabou por começar um pouco mais tarde do que desejaríamos. Nós não sabíamos se a Carolina ia continuar no agrupamento, mas mal tive a certeza que ela queria cá ficar, fiz um pedido especial à delegação regional. A Secretaria de Estado acedeu, de forma muito célere, a avançar com parte do valor da obra e a autarquia garantiu o restante», explicou.

A intervenção acabou por ser integrada no plano de investimentos da Delegação Regional de Educação do Algarve para 2017.

«Neste caso, justificou-se, tendo em conta que era impossível para crianças com mobilidade reduzida terem acesso a todos os espaços da escola, de forma frequente e regular», enquadrou Francisco Marques, delegado Regional de Educação do Algarve, em declarações ao nosso jornal.

«Este é um contributo enorme para que tenhamos uma escola verdadeiramente inclusiva, onde todos os espaços são acessíveis», considerou Francisco Marques.

Uma ideia que foi reforçada pelo presidente da Câmara de Olhão António Pina. «Assim de repente, um investimento de 30 mil euros pode parecer avultado, quando se trata de apenas um aluno. Mas esta é uma aposta na inclusão, que faz todo o sentido», disse.

O novo equipamento será usado pela Carolina, mas também por outros alunos que, de forma temporária ou permanente, tenham dificuldades em se deslocar. «Um aluno com um pé ou com uma perna partida e alguém que visite a escola e tenha necessidades especiais, também encontram aqui uma resposta», ilustrou Luís Felício.

Francisco Marques

Francisco Marques adiantou que a instalação deste elevador fez parte de um conjunto de obras de requalificação que foram feitas em escolas de vários pontos do Algarve, «de Sotavento a Barlavento», ao longo do ano que passou. O investimento total ascendeu «a cerca de 700 mil euros».

Em 2018, este esforço irá continuar «e a verba até será reforçada», assegurou o representante do Ministério da Educação no Algarve. «No plano de investimentos estão previstas obras que ascenderão a perto de 1 milhão de euros, um valor considerável. Já estamos a preparar os cadernos de encargos e as prioridades foram trabalhadas com os diretores das escolas e com as próprias autarquias», revelou.

Em causa estão «obras de requalificação de escolas e de espaços de alguns estabelecimentos de ensino».

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